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EUA esfriam otimismo europeu em negociações sobre programa nuclear iraniano

Entre os principais obstáculos, está o pedido do Irã para a retirada da Guarda Revolucionária, o Exército ideológico do país, da lista americana de organizações terroristas estrangeiras. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não parece disposto a ceder a esta exigência. Ciclista passa em frente ao prédio do reator da usina nuclear de Bushehr, nos arredores da cidade de mesmo nome no sul do Irã, em foto de 26 de outubro de 2010. A única usina nuclear do país sofreu um desligamento de emergência temporário, noticiou a TV estatal em 20 de junho de 2021.
Majid Asgaripour/Mehr News Agency via AP
Os Estados Unidos nesta sexta-feira (13) desestimularam o otimismo da União Europeia em relação às negociações para reativar o acordo sobre o programa nuclear iraniano: os americanos garantiram que um compromisso da República Islâmica está “longe de ser certo”.
“As negociações estavam em ponto morto e foram reabertas”, disse o chefe da diplomacia da União Europeia , Josep Borrell, em Wangels, norte da Alemanha, onde participa de uma reunião de ministros das Relações Exteriores do G7.
“Existe a possibilidade de chegarmos a um acordo final”, afirmou.
No entanto, Washington manifestou disposição “para todos os cenários”, segundo o porta-voz da diplomacia americana, Ned Price.
Irã aceita retomar negociações sobre acordo que restringe produção de combustível nuclear
Negociações diretas
Há um ano, o Irã participa de negociações diretas com as grandes potências para a retomada do acordo concluído em 2015 sobre seu programa nuclear, mas as discussões estagnaram em março. O objetivo das conversas é convencer o governo americano a se reintegrar ao pacto, do qual se retirou em 2018.
O acordo propõe o levantamento das sanções contra o Irã e a garantia de que Teerã respeite plenamente seus compromissos em matéria nuclear.
Caminho do meio
No fim de março, o coordenador da União Europeia para as negociações sobre o programa nuclear iraniano, Enrique Mora, viajou a Teerã e Washington, mas suas iniciativas não levaram a nenhum avanço.
Paralelamente a uma tentativa de mediação do emir do Catar com os altos dirigentes iranianos, Mora, mão direita de Borrell, retornou na quinta-feira ao Irã, onde se reuniu com o principal negociador iraniano, Ali Bagheri.
“Avalio esta reunião no Irã de maneira muito positiva. As negociações estavam bloqueadas há dois meses por divergências sobre a Guarda Revolucionária”, disse Borrell.
Entre os principais obstáculos, está o pedido do Irã para a retirada da Guarda Revolucionária, o Exército ideológico do país, da lista americana de “organizações terroristas estrangeiras”. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não parece disposto a ceder a esta exigência.
Washington insiste em que esta sanção, decidida por Trump, não tem nenhuma relação com as questões nucleares portanto, não há espaço nas negociações.
Borrell, no entanto, havia prometido propor uma “caminho do meio”.
Agora depende do Irã
“Este tipo de coisa não pode ser resolvido da noite para o dia. Digamos que as coisas estavam bloqueadas e foram desbloqueadas”, disse Borrell.
Um porta-voz do Departamento de Estado manifestou seu apreço pela missão do enviado europeu, Enrique Mora, mas também disse que neste momento, um acordo está longe de ser algo dado como certo. Para ele, o Irã deve decidir se insistirá em pôr condições que nada têm a ver com a questão nuclear, ou se quer concluir um acordo rapidamente, o que, acreditamos, seria do interesse de todas as partes.
Ambos os países, sem relações diplomáticas há mais de 40 anos, se acusam mutuamente pela estagnação das negociações.
“Um acordo bom e confiável é possível, se os Estados Unidos tomarem a decisão política e cumprirem seus compromissos”, tuitou o ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian.
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