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Bode ganha status de carne nobre com investimento em genética e alimentação

Animais com mais carne por carcaça e sabor mais suave: redução da idade do abate tem aumentado qualidade do alimento em Pernambuco. Bode ganha status de carne nobre com investimento em genética e alimentação
Mais carne por carcaça e sabor mais suave: o investimento em genética e alimentação tem feito a carne de bode ganhar status de carne nobre no país, graças a produtores de Pernambuco, na região Nordeste, onde está mais de 90% dos caprinos do Brasil.
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É neste estado, inclusive, onde há, hoje, a maior vitrine da carne de caprinos: um complexo de bares e restaurantes de Petrolina, que leva o nome de Bodódromo, onde não falta criatividade na cozinha (veja uma receita de guisado no vídeo acima).
A redução da idade do abate do bode é o que tem elevado a qualidade desta carne na região.
“Antes, tínhamos um cenário de abate de animais com dois anos ou mais. Hoje, há uma busca por animais abatidos entre seis a oito meses de idade para proporcionar uma carne melhor e atender às exigências do consumidor”, conta o zootecnista da Embrapa Tadeu Voltolini.
“Esse é um movimento que aconteceu em outras cadeias: no frango foi assim, suínos, bovinos. E, agora, está acontecendo na caprinocultura”, acrescenta.
Melhoramento genético
Um dos produtores que tem investido na qualidade da carne de bode é o Gustavo Alencar, que trabalha com caprinos há quase duas décadas no município de Afrânio.
Com investimento em melhoramento genético, ele está conseguindo produzir um animal com mais quilos de carcaça em um menor espaço de tempo.
Ele trabalha com a raça Boer, de origem africana e produtora de carne. “A gente pode brincar que é o Nelore do caprino”, diz.
“Junto com o Boer, aproveitamos as matrizes sem raça definida que tínhamos na região e fomos fazendo os cruzamentos com o intuito de fazer carne”, explica.
Sabor mais suave
Sabe o que gera aquele sabor forte da carne de bode? A glândula sexual dele. Por isso, Alencar conta que os animais precisam ser abatidos o quanto antes.
“A primeira providência que nós tomamos é castrar o caprino macho aos 90 dias, logo na idade de desmama. Além disso, a gente trabalha para terminar esse animal até os oito meses, quando ele começa a ter uma glândula que vai começar a produzir esse odor característico do reprodutor”, diz.
Para conseguir ter um animal precoce, o criador passou a alimentar os animais no cocho, principalmente na fase de terminação.
Eles recebem de silagem de capim à palma forrageira. E, quando possível, grãos como milho e farelo de soja.
Melhor rendimento
Nos frigoríficos, o melhor manejo na criação está gerando um bom resultado no aproveitamento do animal, diz João Bandeira, diretor comercial da Cooperativa dos Produtores Rurais Integrados de Caprinos e Ovinos do Nordeste (Capricon).
“Nós tínhamos um rendimento de carcaça que não chegava a 39%. Hoje, com a adoção de tecnologias […] nós verificamos um rendimento de carcaça entre 43% e 45%”, diz Bandeira.
O percentual parece pouco, mas os produtores já estão conseguindo R$ 18 a mais por animal.
Graças aos esforços dos produtores, a equipe da Capricon tem conseguido tirar 25 cortes diferentes, sendo o mais tradicional conhecido como manta de bode, que se tornou um patrimônio histórico-cultural de Petrolina.
Saiba mais na reportagem completa no vídeo acima.
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