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Como os drones auxiliam trabalho de precisão nas lavouras brasileiras

Modelos autônomos contam com inteligência artificial para pulverizar plantações e mapear áreas de difícil acesso. Expositor na Agrishow estima crescimento de até R$ 600 milhões nos próximos três anos. Uso de drones ajuda lavouras a terem melhor desempenho
Economia de recursos é uma das grandes pautas do agronegócio, tanto pelos custos quanto pela sustentabilidade do negócio e pelo impacto ao meio ambiente. Para garantir o resultado positivo no campo, um equipamento tem ganhado mais espaço entre os produtores rurais: o drone. Com soluções modernas, eles são eficazes quando o assunto é agricultura de alta precisão.
Expositora na Agrishow, feira de tecnologia para o agronegócio em Ribeirão Preto (SP), a Eavision chegou ao Brasil em 2022 e tem boas expectativas para o mercado. A empresa, focada em fabricação, venda e prestação de serviços em drones, nasceu em 2015 e desenvolveu tecnologia em diversos países.
“A Eavision teve um investimento de quatro anos apenas em pesquisa e desenvolvimento para a gente chegar na melhor tecnologia de drones. Depois que a gente consolidou o mercado na China, no Japão, na Índia, na Turquia e alguns outros países, a gente trouxe algumas unidades para o Brasil e fizemos a validação com alguns parceiros nossos. Nenhum drone hoje no mercado consegue trazer essa parte de autonomia com inteligência artificial e o bico de névoa com controle de diâmetro de gotas”, explica o diretor de vendas Julio Pignata.
Drone da Eavision possui sistema de visão binocular 3D
Érico Andrade/g1
Pignata explica que até 2025 há uma expectativa de crescimento de mais de R$ 600 milhões no mercado de drones autônomos, com um aumento de mais de três mil equipamentos em operação.
De acordo com a empresa, os drones no campo oferecem segurança, facilidade de operação, eficácia, eficiência, capacidade de detecção de obstáculos em diferentes tipos de terreno.
Além da pulverização, os equipamentos podem ajudar a delimitar áreas, fazer mapeamentos, identificar falhas na lavoura e pragas.
Um dos modelos da Eavision, por exemplo, utiliza um sistema de visão binocular 3D, o que permite solução para imagens fantasmas em ambientes externos e de difícil acesso e para interferência e reflexo de luz solar.
O diretor de vendas da Eavision, Julio Pignata, diz que mercado de drones tem potencial para crescer Agrishow 2022 Ribeirão Preto, SP
Érico Andrade/g1
Treinamento e investimento
Para o produtor que quer comprar e operar um drone de pulverização na sua propriedade, Pignata explica que o processo envolve treinamento e documentação expedida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Em pouco mais de uma semana, a pessoa está apta a operar o drone.
Já quanto ao investimento para a compra de um equipamento, Pignata afirma que o custo gira de R$ 200 mil a R$ 250 mil, valores equivalente à produção obtida com uma lavoura de mil hectares.
E quem não quer comprar?
Para muitos produtores, o custo, o processo de certificação e a manutenção do drone pode ser um problema. Por isso existem empresas que focam na prestação desse serviço. A ARPAC, outra expositora na feira, atua com essa proposta.
“Existem hoje vários drones para comprar nesse setor, mas a nossa aposta é que o mercado de serviço, pela qualidade e pela disponibilidade de equipamento, vai prevalecer. O que o produtor precisa é que na hora que ele queira os drones, que na hora que a lavoura dele precise de um drone, o drone esteja disponível”, conta Eduardo Goerl, CEO da ARPAC.
Lavoura pulverizada por drones da ARPAC, expositora da Agrishow 2022 em Ribeirão Preto, SP
Divulgação/ARPAC
A empresa hoje atende mais de 20 usinas de cana-de-açúcar em São Paulo e Minas, por exemplo, além de produtores individuais, tanto na pulverização de químicos quanto na liberação de biológicos.
A procura é tanta que Goerl explica que tem que recusar clientes algumas vezes e que o crescimento da “frota” é inevitável.
“Hoje a gente tem 35 aeronaves voando e a gente está expandindo muito. No ano passado estávamos com 20, então a gente quase dobra a frota várias vezes. Começamos com quatro, de quatro fomos para 12, depois 20 e agora com 35. E a gente cresce durante a safra também. Se tem alguma usina que chega e quer seis meses de serviço, nós compramos ou montamos um drone novo.”
Empresa trabalha com serviços de operação de drones para pulverização de lavouras
ARPAC/Divulgação
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