Dólar tem leve alta nesta quinta, mas fecha semana mais curta com queda
Nesta quinta-feira, a moeda norte-americana subiu 0,17%, vendida a R$ 4,6968. Notas de dólar
Reuters
O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (14), último dia de negociações da semana. O fim de semana prolongado atenuou o apetite dos investidores por risco.
A moeda norte-americana subiu 0,17%, vendida a R$ 4,6968. A semana termina com leve queda de 0,27%. Veja mais cotações.
Na quarta-feira, o dólar avançou 0,26%, cotado a R$ 4,6888. Com o resultado de hoje, passou a acumular baixa de 1,31% na parcial do mês. No ano, tem queda de 15,75% frente ao real.
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Cenário
Além de citar a cautela antes do fechamento dos mercados na Sexta-Feira Santa, Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos, chama a atenção para temores fiscais antes da apresentação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2023, nesta quinta-feira, depois que o governo decidiu conceder um reajuste de 5% a todos os servidores públicos federais a partir de julho.
A medida do governo busca debelar paralisações que já afetam órgãos públicos e faz aceno ao funcionalismo público antes das eleições presidenciais deste ano.
O custo do reajuste anunciado está estimado em cerca de 6 bilhões de reais para os seis meses de vigência neste ano, quantia “bem superior aos 1,7 bilhões de reais que seriam usados para custear o aumento apenas da categoria de segurança pública” anunciado inicialmente pelo governo, apontou Beyruti.
O temor dos mercados é que o aumento das despesas afete ainda mais a credibilidade fiscal do Brasil, que foi abalada no final do ano passado com a alteração da regra do teto de gastos sob a PEC dos Precatórios.
No exterior, o ambiente também não estava muito favorável a moedas de países emergentes, com a política monetária dos principais bancos centrais do mundo em foco pouco depois do anúncio da decisão do mais recente encontro do Banco Central Europeu. A instituição manteve planos de reduzir lentamente seu estímulo, continuando bem mais suave em sua abordagem de combate à inflação que o banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve.
Isso, por sua vez, derrubou o euro, enquanto o índice do dólar contra uma cesta de moedas forte registrava ganhos. A divisa norte-americana tende a se beneficiar de um endurecimento esperado na conduta do Fed, que deve aumentar os juros em 0,5 ponto percentual em sua reunião de política monetária de maio.
O que está mexendo com os mercados?
Uma cesta de moedas emergentes mais próximas do real operava quase estável, com investidores evitando grandes movimentações antes de novos catalisadores para as taxas de câmbio, com a sinalização a ser emitida pelo Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira em lugar de destaque.
O euro saltava 0,6% no fim da tarde ante o dólar, num possível indicativo de apostas de que o BCE possa adotar um tom mais rígido contra a inflação. Isso reforçaria o processo de abandono por parte de BCs de medidas de estímulos que na pandemia despejaram uma enxurrada de liquidez no sistema financeiro mundial, parte da qual migrou para mercados emergentes.
No Reino Unido, a inflação ao consumidor britânico saltou em março para 7% em 12 meses, o nível mais elevado em 30 anos.
Por aqui, o IBGE divulgou mais cedo que as vendas do comércio cresceram 1,1% em fevereiro, na comparação com janeiro, cravando a segunda alta seguida.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na segunda-feira que o resultado da inflação de março foi uma “surpresa” e que os núcleos do IPCA “estão muito altos”, aumentando as apostas de que a taxa básica de juros (Selic) será elevada em 2022 para além de 13% ao ano.
Juros mais altos no Brasil tornam a moeda local mais interessante para investidores que buscam rendimento em ativos mais arriscados.g1 > MundoRead More