EUA dizem que Rússia planeja encenar votação falsa de independência em território ucraniano capturado
As forças russas estão agora entrincheiradas no leste, onde separatistas apoiados por Moscou seguram territórios desde 2014, mas que também se expandiu após a conquista de novas porções do sul em março. Rússia planeja controlar região de Donbass e sul da Ucrânia
Os Estados Unidos acusaram a Rússia nesta quinta-feira (28) de planejar a encenação de uma votação falsa pela independência para justificar sua conquista de território na Ucrânia.
No leste do país, as forças russas intensificaram a ofensiva.
Compartilhe pelo WhatsApp
Compartilhe pelo Telegram
Após ter sido derrotada em seus esforços para capturar a capital Kiev no norte, a Rússia deslocou suas forças centenas de quilômetros para o leste para capturar duas províncias em uma batalha que, segundo acredita o Ocidente, pode se provar um ponto de virada decisivo para a guerra.
Leia também
Líder de região separatista da Ucrânia quer referendo sobre anexação à Rússia
As forças russas estão agora entrincheiradas no leste, onde separatistas apoiados por Moscou seguram territórios desde 2014, mas que também se expandiu após a conquista de novas porções do sul em março.
Zelensky: compromissos com Rússia devem passar por referendo
A missão dos EUA na Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) disse que o Kremlin pode tentar fazer “referendos falsos” nas regiões sul e leste que capturou desde a invasão do dia 24 de fevereiro, utilizando “um manual bem gasto que se serve de alguns dos capítulos mais sombrios da História”.
“Esses referendos falsificados, ilegítimos, serão certamente acompanhados por uma onda de abusos contra os que buscam se opor ou prejudicar os planos de Moscou”, disse a missão norte-americana. “A comunidade internacional precisa deixar claro que qualquer referendo do tipo nunca seja reconhecido como legítimo.”
Mais ajuda financeira
Respondendo a repetidos pedidos da Ucrânia a líderes ocidentais pelo fornecimento de armamentos e equipamentos mais pesados, o presidente norte-americano, Joe Biden, pediu ao Congresso do país mais US$ 33 bilhões para apoiar Kiev, um salto gigantesco no financiamento dos EUA, que inclui mais de US$ 20 bilhões para armas e munições e outros tipos de ajuda militar.
O pacote, que também implica US$ 8,5 bilhões em assistência econômica direta e US$ 3 bilhões em auxílio humanitário e alimentar, forma parte das iniciativas dos EUA para isolar e punir a Rússia por sua invasão da Ucrânia no dia 24 de fevereiro, que colocou cidades abaixo e forçou mais de 5 milhões de pessoas a fugirem do país.
Presidente americano, Joe Biden, durante discurso na Casa Branca, nesta quinta-feira (28)
Evelyn Hockstein/REUTERS
Washington disse que espera que as forças ucranianas não apenas consigam repelir os ataques russos no leste, mas também enfraquecer o Exército da Rússia, para que ele não possa mais ameaçar seus vizinhos. A Rússia disse que isso representa uma “guerra por procuração” que a Otan está travando contra ela, e fez uma série de ameaças nesta semana de retaliações não especificadas.
Ataques em Kherson
A Ucrânia relatou explosões durante a noite na cidade de Kherson, no sul do país, a única capital regional que a Rússia capturou até agora desde a invasão. As tropas russas no local utilizaram gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral na quarta-feira para conter manifestações pró-Ucrânia, e agora estão bombardeando regiões nos arredores da cidade, e atacando em direção a Mykolaiv e Kryvyi Rih, afirmaram as autoridades ucranianas.
A imprensa estatal russa citou uma autoridade de uma autodenominada “comissão militar-civil” pró-Rússia em Kherson na quinta-feira dizendo que a região passaria a utilizar a moeda russa, o rublo, a partir do dia 1º de maio.
Veja os vídeos mais assistidos do g1g1 > MundoRead More