Irã diz que ainda vai vingar morte de Qassem Soleimani por Estados Unidos
Teerã afirmou nesta quinta (21) que Washington tem feito ofertas de recompensa por assassinato do general iraniano, morto por um drone americano em 2020. O caso quase gerou uma nova guerra entre os dois países. Multidão toma as ruas do Irã no adeus ao general Soleimani
Assassinado por um drone militar dos Estados Unidos em 2020, o general iraniano Qassem Soleimani ainda terá sua morte vingada, anunciou o governo do Irã nesta quinta-feira (21).
Soleimani foi morto durante uma visita ao Iraque por uma ataque comandado pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sob o pretexto de que ele era um “alvo militar legítimo”. O caso provocou enorme repercussão e ameaças de uma nova guerra na ocasião.
O ataque, que aconteceu após uma sequência de provocações militares entre os dois países, desencadeou em uma crise sem precedentes entre os EUA e o Irã, inclusive com o disparo de mísseis a bases usadas pelos norte-americanos em território iraquiano. Dias depois, no funeral do Soleimani, visto como um grande líder no Irã, mais de 50 pessoas morreram pisoteadas, o que elevou ainda mais as tensões.
O comandante da Marinha da Guarda Revolucionária do Irã, Alireza Tangsiri, informou nesta quinta-feira (21) que os Estados Unidos têm oferecido regularmente algumas recompensas pelo assassinato do líder, como a suspensão de sanções e outras concessões em troca. No entanto, Teerã negou as ofertas e disse que ainda planeja uma vingança.
Imagem mostra detalhes de modelo de drone que teria sido usado em ataque que matou o general Qassem Soleimani
Amanda Paes/G1
Ao longo do ano passado, os dois países mantiveram conversas indiretas em Viena, na Áustria, na tentativa de reativar um acordo nuclear de 2015, abandonado por Washington em 2018 pelo então presidente dos EUA, Donald Trump, e posteriormente violado por Teerã.
“O inimigo continua enviando mensagens de que, se desistirmos de vingar Soleimani, eles nos darão algumas concessões ou suspenderão algumas sanções”, disse Alireza Tangsiri. “Isso é pura fantasia. O líder supremo enfatizou a necessidade de vingança e o principal comandante da Guarda Revolucionária disse que a vingança é inevitável e que escolheremos a hora e o lugar para ela.”
Ainda não houve resposta imediata dos Estados Unidos ao comentário de Tangsiri.
Iranianos destroem uma bandeira americana durante protesto em Teerã no dia 3 de janeiro pela morte do general Qassem Soleimani.
Atta Kenare / AFP
Início das tensões
As tensões na ocasião do ataque começaram depois de Trump impor sanções ao Irã, que em resposta impulsionou seu programa de enriquecimento nuclear além dos limites do acordo firmado com potências mundiais. O acordo buscava barrar o desenvolvimento de uma bomba nuclear, mas o Irã alega que seu programa nuclear é apenas para fins pacíficos.
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