Servidores do BC suspendem greve até início de maio e dizem aguardar proposta do governo
Funcionários do Banco Central dizem que aumento de 5% em estudo para todo o Executivo federal é ‘insuficiente’. Categoria fala em retomar paralisação se não houver nova oferta. Representantes dos servidores do Banco Central (BC) anunciaram que a categoria decidiu, em assembleia realizada nesta terça-feira (19), suspender a greve até o início de maio.
Os funcionários públicos dizem, no entanto, que darão continuidade às paralisações parciais diárias e à operação-padrão iniciada em 17 de março.
Caso o governo não apresente, até dia 2 de maio, uma proposta melhor que o aumento salarial de 5% para todos os servidores federais (veja abaixo), os servidores devem retomar a greve “automaticamente” a partir do dia seguinte.
A TV Globo pediu posicionamento do Banco Central sobre a decisão dos servidores e aguardava retorno até a última atualização desta reportagem.
Veja, no vídeo abaixo, detalhes sobre o aumento de 5% que o governo estuda conceder para todas as categorias do funcionalismo público federal:
Governo decide dar reajuste linear de 5% a partir de julho para todos os servidores do Executivo
Os 5% não recompõem as perdas inflacionárias. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial. Em 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mede o IPCA, a inflação acumulada é de 11,3%.
Reunião com Campos Neto
Para os analistas e técnicos do BC, o aumento salarial de 5% para todas as carreiras do Executivo, indicado pelo governo, é “insuficiente”. A categoria pede um reajuste de 27% e a reestruturação da carreira.
De acordo com os representantes dos servidores, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, teria apresentado oficialmente a proposta de reajuste de 5% em reunião na segunda-feira (18).
Após a negativa dos servidores, Campos Neto teria se comprometido a tentar costurar uma proposta melhor junto à Casa Civil. Segundo os representantes da categoria, o presidente do BC pretende se reunir com o ministro Ciro Nogueira ainda em abril.
Caso o governo não apresente uma nova proposta até 2 de maio, o Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal) informou que no dia seguinte os servidores vão retomar a greve “automaticamente”.
“Nós demos um voto de confiança ao Roberto Campos Neto até 2 de maio”, afirmou o sindicato em nota. “Se nada for oferecido oficialmente, a greve será retomada automaticamente a partir de 3 de maio”.
Como contraproposta, os servidores do BC sugeriram que o reajuste de 27% seja concedido apenas a partir de julho. Inicialmente, o pedido era que o aumento entrasse em vigor ainda no primeiro semestre de 2022.
Em meio à greve dos servidores, o BC vem adiando a divulgação do relatório Focus, com estimativas do mercado financeiro para a economia, e de outros indicadores econômicos publicados mensalmente.
Outras categorias também consideraram insuficiente a proposta de reajuste linear de 5%. Representantes dos servidores do Tesouro Nacional, da Controladoria-Geral da União (CGU), do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e da Receita Federal se mostraram insatisfeitos.g1 > EconomiaRead More