Em derrota para Bolsonaro, conselho da Petrobras desacelera troca do comando da estatal
Após longas horas de uma reunião que tomou quase toda esta quarta-feira (25), o Conselho de Administração da Petrobras submeteu o governo Bolsonaro a uma derrota. Por maioria, os conselheiros decidiram frear a troca brusca anunciada para o comando da estatal.
O presidente Jair Bolsonaro indicou um novo presidente para a Petrobras na tentativa de conter novos reajustes nos combustíveis e evitar desgastes eleitorais para o governo.
O Conselho de Administração, no entanto, determinou que o nome de Caio Paes de Andrade será submetido ao processo de governança interna, ou seja, terá de tramitar no Comitê de Pessoas da Petrobras.
Paes de Andrade foi indicado ao cargo após o Ministério de Minas e Energia divulgar nesta segunda-feira (23), por meio de nota oficial, a demissão do então presidente da estatal José Mauro Ferreira. O executivo permaneceu apenas 40 dias no cargo.
Paes de Andrade é o atual secretário de desburocratização do Ministério da Economia. Ele tem formação em comunicação social pela Universidade Paulista, pós-graduação em administração e gestão pela Universidade de Harvard e é mestre em administração de empresas pela Universidade Duke, nos Estados Unidos.
Os conselheiros também pediram que o governo envie os nomes dos demais indicados para ocupar assentos no conselho – a União é acionista controladora da Petrobras. Só quando esses nomes chegarem, o Conselho de Administração se reunirá para convocar a Assembleia Geral.
Entre a convocação e a realização da assembleia, segundo fato relevante divulgado pela Petrobras, será preciso aguardar um prazo de 30 dias.
Saiba quem é Caio Paes de Andrade, indicado pelo governo para assumir a presidência da Petrobras
José Mauro Coelho, o Breve: executivo deve ter o 2º menor período à frente da estatal desde a redemocratização
Ações da Petrobras caem depois de anúncio de troca na presidência da empresa
Na prática, tudo isso significa que, antes de julho, o novo presidente da Petrobras não teria condições de assumir o cargo. A informação foi confirmada ao blog por um conselheiro da estatal.
Nesta terça (24), o blog mostrou que Bolsonaro quer segurar novos reajustes de combustíveis até a eleição, em outubro. Isso, porque a alta nos preços se tornou uma fonte de desgaste para o presidente na busca pela reeleição.g1 > EconomiaRead More