Em meio a discussão nos EUA, diretor da OMS defende direito ao aborto
Tedros Adhanom se pronunciou em uma rede social. O assunto voltou a tona após o vazamento de documento da Suprema Corte dos EUA que previa anular o direito. Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em entrevista coletiva na sede da agência em foto de arquivo
Christopher Black/OMS/Reuters
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, fez um apelo nesta quarta-feira (4) a favor do direito ao aborto, coincidindo com a possibilidade de que a Suprema Corte dos Estados Unidos o anule.
“Restringir o acesso ao aborto não reduz o número de procedimentos, apenas leva as mulheres e meninas a realizar procedimentos inseguros”, disse Tedros Adhanom no Twitter, sem mencionar diretamente os Estados Unidos.
Nos Estados Unidos, o site de notícias Politico revelou nesta segunda-feira um documento interno que aponta que a maioria dos juízes da Suprema Corte está disposta a enterrar a decisão Roe vs. Wade de 1973, que protege o direito das mulheres americanas de interromper sua gravidez.
“O acesso ao aborto seguro salva vidas”, enfatizou o chefe da OMS.
Manifestantes a favor e contra o direito ao aborto em frente à Suprema Corte americana, em foto de janeiro de 2011
Jim Young/Reuters
A Suprema Corte confirmou a autenticidade do texto — um projeto de sentença datado de fevereiro — mas destacou que não representa uma decisão “definitiva”.
Tedros afirmou na mesma rede social que “as mulheres devem ter sempre o direito à escolha quando se trata de seu corpo e sua saúde”.
Segundo a OMS, os abortos inseguros causam cerca de 39.000 mortes por ano em todo o mundo e fazem com que milhões de mulheres sejam hospitalizadas por complicações.
A maioria dessas mortes se concentram nos países de baixa renda –mais de 60% na África e 30% na Ásia– e entre as pessoas mais vulneráveis.
Possibilidade da Suprema Corte dos EUA mexer no direito ao aborto provoca protestos no paísg1 > MundoRead More