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Esquerda francesa se une para tentar derrotar Macron nas eleições legislativas

Partido socialista e França Insubissa, da esquerda radical do país, anunciam pacto, e concorrerão juntas ao Parlamento, em junho. Emmanuel Macron acena para moradores nos arredores de Paris no primeiro ato após ser reeleito. Presidente terá que concorrer com esquerda nas eleições legislativas de junho.
Benoit Tessier/ Reuters
A esquerda francesa alcançou um pacto nesta quarta-feira (6) para tentar vencer o partido do presidente reeleito da França, Emmanuel Macron, nas eleições legislativas do país, em junho deste ano.
Com o pacto, o partido socialista francês se uniu à França Insubissa, sigla da esquerda radical, e se apresentarão juntos às eleições legislativas de junho, ao qual estes últimos ainda devem dar o aval final.
“Queremos conseguir a eleição de deputados na maioria dos círculos eleitorais para evitar que [o presidente reeleito] Emmanuel Macron continue com sua política injusta e brutal e para derrotar a extrema-direita”, disseram os dois partidos em comunicado conjunto.
Socialistas divergem internamente
Com este acordo, os socialistas seguem os passos dos comunistas e ambientalistas que dias atrás integraram esta “Nova União Popular Ecológica e Social”.
No entanto, os socialistas ainda têm que aprovar internamente a união, que não é consenso. O atual líder do partido, Olivier Faure, no comando, enfrenta a opinião relutante de pesos pesados como o ex-presidente François Hollande.
O ex-primeiro-ministro Bernard Cazeneuve ameaçou deixar o partido se o acordo for concluído, o que ele diz ser uma traição à sua “história”. O ex-ministro Stéphane Le Foll disse estar disposto, inclusive, a liderar os “dissidentes” do PS nas eleições legislativas.
Eleições legislativas
As eleições legislativas, que ocorrem em junho, se anunciam fundamentais para que Macron, que conseguiu se reeleger em 24 de abril com 58,55% dos votos contra sua adversária de extrema-direita Marine Le Pen (41,45%), conte com uma maioria parlamentar para conseguir aplicar seu programa reformista.
Emmanuel Macron apela por união do país após vitória na França
No entanto, grande parte dos franceses, segundo duas pesquisas publicadas pouco depois de sua reeleição, deseja de fato que o presidente centrista perca a maioria que desfruta desde 2017 na câmara baixa, o que abriria a porta para uma “coabitação” no governo.
A França já viveu esse modelo de governo no passado. Em 1997, Jacques Chirac nomeou como primeiro-ministro o socialista Lionel Jospin. O presidente conservador ocupou esse mesmo cargo anteriormente entre 1986 e 1988 com seu antecessor socialista, François Mitterrand.
A aliança da esquerda teria como candidato a primeiro-ministro Jean-Lou Mélenchon, um veterano político de 70 anos que obteve quase 22% dos votos no primeiro turno da eleição presidencial de abril. Os outros candidatos de esquerda não passaram dos 5%.
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