Ex-vice-presidente do Equador voltará para a prisão por caso Odebrecht
Glas foi condenado em última instância a oito anos de reclusão por pedir propinas a empresários em troca de licitações no caso conhecido como ‘Subornos 2012-2016’, no qual também foi condenado à revelia o ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017). Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador, em abril de 2020
Raquel Jordan/AFP
O ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas foi detido nesta sexta-feira (20), depois que a Justiça determinou sua volta para a prisão, onde ele cumpria pena por receber propinas da empreiteira brasileira Odebrecht.
A polícia deteve o ex-vice-presidente em sua casa em Guayaquil.
“Volto à prisão com muita dor da minha família, mas como parte da minha luta pessoal e de um projeto político que é história viva”, disse o vice do ex-presidente Rafael Correa desde 2013 e reeleito na chapa de Lenín Moreno, entre 2017 e 2021.
Um juiz chegou a conceder um habeas corpus a Glas, mas posteriormente o Conselho do Judiciário decidiu pela volta de Glas à prisão.
A Corte determinou, ainda, a “imediata localização, captura e traslado” do ex-vice-presidente de 52 anos para a prisão, onde cumpria pena de seis anos de prisão por receber propinas da Odebrecht.
Glas foi condenado em última instância a oito anos de reclusão por pedir propinas a empresários em troca de licitações no caso conhecido como “Subornos 2012-2016”, no qual também foi condenado à revelia o ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017).
As duas condenações foram ratificadas em última instância.
Em outro caso, o ex-vice foi condenado em 2021 a oito anos de prisão por peculado na concessão de um campo petrolífero. Esta pena ainda não foi executada porque há apelações.
“Tem havido uma pressão midiática e política sem precedentes sobre o tribunal de Santa Elena, que clamorosamente sentencia contra o Direito”, escreveu Rafael Correa em sua conta no Twitter.
“A maldade voltou a triunfar”, afirmou ele.
Após receber o habeas corpus, Glas seguiu para a cidade de Guayaquil, onde mora sua família. Ali apresentou-se periodicamente perante um juiz, como medida substitutiva à prisão.
O ex-vice-presidente se entregou em outubro de 2017 à justiça, que o indagava pelas propinas milionárias entregues pela Odebrecht para acessar contratos no Equador.
Ele perdeu o posto em janeiro de 2018, quando o Congresso declarou sua ausência definitiva no cargo após ser condenado. Então, se tornou o funcionário de mais alto nível da América Latina sentenciado pelo esquema de propinas da empreiteira brasileira.
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