Maioria dos ucranianos é contra ceder territórios por paz
Segundo pesquisa, 85% dos ucranianos rejeitam entregar áreas para a Rússia em troca do fim da guerra. Levantamento ouviu 2 mil habitantes em todo o país em meados de maio. Soldado ucraniano dispara míssil antitanque NLAW em treinamento para enfrentar tropas russas no leste da Ucrânia
Associated Press
Um levantamento realizado por um dos principais institutos de pesquisa da Ucrânia apontou que 82% dos moradores do país são contra a cessão de qualquer parte do seu território como parte de um eventual acordo de paz com a Rússia, mesmo que isso prolongue a guerra e ofereça riscos à sua independência.
Realizada pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kiev, a pesquisa entrevistou 2 mil moradores da Ucrânia por telefone no período de 13 a 18 de maio e foi divulgada nesta terça-feira (24/05), quando a invasão do país por forças russas completa três meses. A amostra é representativa da população e não inclui os moradores da Crimeia, ocupada por Moscou desde 2014.
Apenas 10% dos entrevistados consideram aceitável a Ucrânia ceder alguns territórios para obter a paz, e outros 8% estão indecisos. Segundo a pesquisa, entre os moradores de áreas ocupadas pela Rússia após a invasão de 24 de fevereiro, 77% se opõem a qualquer concessão de territórios.
Mapa mostra a situação da guerra da Ucrânia
Arte g1
O governo da Ucrânia afirmou repetidas vezes que não pretende fazer nenhuma concessão territorial à Rússia e disse que não busca no momento um cessar-fogo, apesar dos apelos dos líderes europeus, incluindo o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, e o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi.
Mykhailo Podolyak, um dos negociadores da Ucrânia, afirmou no sábado que qualquer cessar-fogo no momento iria somente prolongar novos combates.
Na segunda-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, discursou por vídeo na abertura do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, e pediu que países do Ocidente avancem no embargo ao petróleo russo, bloqueiem todos os bancos do país e suspendam todos os negócios com a Rússia. Ele também reiterou a necessidade de a Ucrânia receber mais armas.
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