Ministra da Letônia renuncia após permitir que russos comemorassem Dia da Vitória
A ministra do Interior da Letônia, Marija Golubeva, renunciou nesta segunda-feira (16) sob pressão da coalizão governante que criticou a polícia por não proibir os oradores russos do país de comemorar a vitória da União Soviética na Segunda Guerra Mundial.
A Letônia e seus vizinhos, Estônia e Lituânia, dizem que Moscou usou sua vitória sobre a Alemanha nazista para incorporar fortemente a região báltica à União Soviética.
Apolícia da Letônia em 10 de maio usou a força para dispersar centenas de falantes majoritariamente russos em um obelisco na capital Riga, por desobedecer a uma lei recente que proíbe encontros em monumentos que glorificam a vitória soviética.
A ministra, Marija Golubeva, disse a repórteres que não tem mais o apoio do primeiro-ministro depois que um parceiro de coalizão ameaçou desistir em protesto à decisão da polícia de permitir as reuniões majoritariamente pacíficas no obelisco em 9 de maio, quando a Rússia comemora a vitória da Segunda Guerra Mundial, e em 10 de maio.
“O que diz sobre a ineleção letãse uma reunião insignificante de algumas centenas de pessoas em pé por duas horas pode abalar o governo?” Golubeva disse em desafio.
O primeiro-ministro Krisjanis Karins, que não comentou a renúncia de Golubeva, disse anteriormente que as reuniões desrespeitaram o estado da Letônia e a memória das vítimas da invasão russa à Ucrânia, informou o canal de notícias BNS.
O parlamento letãoem 31 de março proibiu eventos públicos dentro de 200 metros de memoriais de guerra soviéticos, em um movimento para interromper as celebrações de 9 de maio no obelisco de Riga, que tradicionalmente atraía dezenas de milhares de falantes da maioria dos russos todos os anos para eventos com a presença do embaixador da Rússia, mas evitado pela principal liderança da Letônia.
Na república báltica de 1,9 milhão, 24,5% são russos étnicos, segundo dados oficiais. Em Riga, o número é de até 36%.
Em desafio, milhares de falantes russos apareceram durante todo o dia 9 de maio para colocar flores no obelisco sob uma forte presença policial.
Muitos voltaram em 10 de maio para reabastecer as flores, depois que um vídeo amplamente divulgado mostrou trabalhadores municipais usando um trator para jogá-las no lixo.
Símbolos pró-guerra russos, como a letra “Z”, proibida na Letônia, foram usados por alguns participantes em 10 de maio, e canções militares russas foram tocadas de veículos estacionados nas proximidades, antes da polícia se mudar, informou a agência de notícias Letônia, Delfi.
O conselho municipal de Riga votou na sexta-feira para remover o obelisco, em uma medida apoiada pelo parlamento e pelo primeiro-ministro. Nenhum cronograma para a remoção foi definido.g1 > MundoRead More