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Quem é Rodolfo Hernández, candidato de extrema direita que surpreendeu na reta final e foi ao 2º turno nas eleições à presidência na Colômbia

Empresário de 77 anos já foi chamado de ‘Trump Tropical’ pela mídia local e é apoiado por ex-refém de guerrilha, Íngrid Betancourt. Rodolfo Hernández, candidato à presidência da Colômbia que chega ao segundo turno em 2022
STRINGER/REUTERS
Rodolfo Hernández é o candidato de direita no segundo turno das eleições presidenciais da Colômbia. Ele chegou à disputa após contabilizar 27,9% dos votos, contra 40,4% de Gustavo Petro.
O empresário de 77 anos já foi prefeito da cidade de Bucaramanga, no nordeste do país e foi comparado a Donald Trump.
Ele se apresenta como “Engenheiro Rodolfo Hernández”, uma vez que alcançou sua riqueza por meio do setor de construção civil no norte do país.
Ele se lançou na candidatura para a presidência com um discurso anticorrupção, nos seus discursos dá a entender que já possui bastante dinheiro e que não precisaria tirar isso do povo por meio do desvio de verbas.
Quem é Rodolfo Hernández?
Nascido em 1945 na cidade de Piedecuesta, no norte da Colômbia, Hernández tem 77 anos e é um empresário e político.
Político colombiano, Rodolfo Hernández, durante conversa com jornalistas em Bogotá
Luisa Gonzalez/REUTERS
Ele construiu sua fortuna através da construção civil, onde vendeu diversas casas em um dos períodos mais críticos da Colômbia.
Sua família foi responsável pela criação de uma espécie de banco financiador para essas casas. Ao mesmo tempo que as construía, Hernández tinha um programa de financiamento em 100 vezes na qual o juros era pago diretamente pra ele, não para um banco intermediador.
Ele entrou na política como um “outsider”, uma pessoa ausente do meio político que chegaria para mudar as dinâmicas.
Escândalos e investigações
Vários escândalos levaram o nome de Hernández aos processos da Procuradoria-geral da Colômbia. Em um levantamento de 2019, o empresário tinha 34 investigações em aberto.
Rodolfo Hernández durante fala para jornalistas em Bogotá
Luisa Gonzalez/REUTERS
Em 2018, quando ainda era prefeito de Bucaramanga, Hernández agrediu um vereador na frente das câmeras. Segundo ele, Jhon Claro não o deixava falar e estava cometendo uma “ditadura”. Na ocasião, o atual candidato à presidência se levantou, bateu na cabeça do vereador e disse algumas palavras inaudíveis na gravação.
Após uma investigação chefiada pela Procuradoria-geral, Hernández foi afastado por 3 meses e teve que pagar uma multa de 95 milhões de pesos, cerca de R$ 113 mil.
Na polêmica mais conhecida do candidato, ele disse ao vivo em entrevista à rádio RCN que era adorador de Adolf Hitler.
“Sou seguidor de um grande pensador alemão. Seu nome é Adolf Hitler”, disse Hernández.
Em 2021 quando deu início à sua candidatura, disse que cometeu um engano e que queria citar o físico Albert Einstein.
Apoio de Bentancourt
Ingrig Betancourt com Rodolfo Hernandez, em 21 de maio de 2022
Jeison Gutierrez / AFP
Forte imagem política na Colômbia, Íngrid Betancourt, abdicou de sua candidatura à presidência e pediu que seus eleitores apoiassem a Hernández.
Esse movimento foi um dos primeiros a impulsionar o aumento da popularidade e da intenção de voto do empresário.
Íngrid Betancourt é uma ex-refém da guerrilha armada colombiana. Na ocasião, ela fazia sua campanha política para a presidência, em 2002, quando foi sequestrada e mantida em cativeiro. Sua libertação só aconteceu em 2008.
Processos de corrupção
Apesar de sustentar o discurso de anticorrupção, Hernández tem contra si um processo aberto para investigar possível desvio de dinheiro.
O caso, conhecido como Vitalogic, analisa irregularidades no contrato feito para “implementar novas tecnologias de gestão de resíduos no aterro de El Carrasco”.
Político colombiano, Rodolfo Hernández, durante fala com jornalistas em Bogotá
Luisa Gonzalez/REUTERS
Hernández se defende dizendo que nenhum peso (moeda local) foi desviado. Em abril deste ano, em audiência de instrução do julgamento, Hernández não aceitou acusações como falsidade ideológica, contrato sem cumprimento de requisitos legais e interesse indevido em celebrar contratos, segundo o Ministério Público.
A investigação segue em aberto.
Política pró-drogas
Hernández já demonstrou interesse em ajudar no processo de legalização da maconha no país. Segundo ele, a Colômbia tem a melhor do mundo e essa produção pode se tornar uma grande fonte de empregos e renda.
Segundo ele, se o país mantiver o desenvolvimento da situação, a cocaína logo chegará ao mesmo ponto.
Apoiadores
Grupo de apoiadores de Rodolfo Hernández
Luisa Gonzalez/REUTERS
Um costume dos apoiadores de Hernández é se vestirem com camisas da seleção colombiana de futebol.
Por outro lado, Hernández é defensor de dissolver a federação nacional do esporte, já que, segundo ele, a entidade é um “circo cheio de ladrões e canalhas”.
“Vou descobrir o que precisa ser feito para se livrar de todos esses dirigentes que estragam o que é bom e traem os interesses da torcida”, afirmou em entrevista no início de maio ao canal “Marca Claro”.g1 > MundoRead More

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