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Rebelião em presídio do Equador deixa ao menos 43 mortos

País vive uma onda de chacinas em presídios. Justiça determinou transferências de presos e, para os especialistas, isso piorou a situação. Foto em presídio do Equador onde houve rebelião em 9 de maio de 2022
Ministério do Interior do Equador/AFP
Pelo menos 43 detentos morreram e dezenas ficaram feridos nesta segunda-feira (9) em uma nova rebelião em um presídio no Equador. Cerca de cem presos conseguiram fugir em meio à violência. Há uma onda de rebeliões pelos presídios do país.
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O motim aconteceu durante a madrugada no presídio de Bellavista, na cidade de Santo Domingo.
Veja nesta reportagem
Militares entraram no presidio para retomar controle
Equador vive onda de rebeliões
Transferências pioraram quadro nos presídios
País também enfrenta aumento de violência nas ruas
Segundo o ministro do Interior, Patricio Carrillo, a rebelião começou quando uma quadrilha chamada Los Lobos atacou cerca de 40 rivais de uma facção denominada R7.
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Carrillo disse inicialmente a jornalistas que dois detentos tinham morrido, mas seu gabinete atualizou a cifra para 43.
Treze detentos também ficaram feridos de forma muitos grave, e o número de mortos pode aumentar, acrescentou o ministro. Os feridos foram levados em caminhonete e ambulâncias para receber atendimento médico.
A maioria das vítimas morreu de ferimentos de armas brancas, mas alguns detentos usaram armas de fogo contra os policiais, supostamente na tentativa de fuga.
As autoridades acharam fuzis, pistolas, quatro granadas e munições no presídio, informou o organismo encarregado de administrar as prisões, SNAI.
Familiares dos presos se amontoavam nas imediações do presídio.
Militares entraram no presídio
Militares fizeram uma operação para recuperar o presídio. Dezenas de detentos se ajoelharam, com as mãos nas cabeças, enquanto os militares garantiam a retomada do controle.
As autoridades declararam ter o controle da situação e ordenaram reforçar o contingente de 250 policiais e 200 militares que guardam o presídio superlotado, porém mais de uma centena de presos conseguiu fugir em meio à confusão.
Embora as autoridades não tenham dado o número exato do total de foragidos, 112 foram “recapturados”. Até a tarde desta segunda-feira, outros 108 detentos não estavam no centro, disse o general Fausto Salinas, comandante da Polícia.
Um policial ficou ferido, confirmaram as autoridades.
Onda de rebeliões
Desde fevereiro de 2021, quando começou a onda de violência nos presídios do Equador, morreram quase 400 presos. O governo atribuiu as mortes ao enfrentamento de grupos criminosos vinculados ao narcotráfico.
O presidente Guillermo Lasso, em visita a Israel, enviou seus “sentidos pêsames aos familiares” dos mortos.
“Este é um resultado lamentável da violência entre quadrilhas”, afirmou ele no Twitter.
O governo de Lasso até adotou medidas para tentar conter as chacinas: aumentaram o orçamento, fizeram transferências de presos e criaram uma comissão de pacificação. Não foi o suficiente.
A superlotação é outro problema das prisões equatorianas: em Bellavista há 1.700 detentos, 500 a mais que sua capacidade. Em todo o país há 65 presídios que, somados, têm capacidade para 30 mil pessoas. No entanto, há 35.000 presos, segundo as autoridades.
Transferências polêmicas
As autoridades suspeitam que os conflitos se originaram na transferência para Bellavista de alguns dos líderes do grupo R7, graças a uma liminar.
O líder estava preso em um presídio de segurança máxima na província costeira de Guayas, após ter protagonizado outro conflito entre Los Lobos e R7 na prisão de El Turi, na cidade andina de Cuenca que deixou 20 mortos há um mês, disse Carrillo.
Para o especialista em segurança Daniel Pontón, as transferências determinadas pela Justiça estão espalhando a violência para outros presídios.
“Esta estratégia de realocação de gente em outros centros prisionais que anteriormente estiveram relativamente tranquilos começa a fazer com que o problema tenha se generalizado”, disse Pontón, da Escola de Segurança e Defesa do Instituto de Altos Estudos Nacionais.
Violência nas ruas
O Equador também enfrenta um aumento da violência nas ruas e do narcotráfico, que nos quatro primeiros meses do ano deixam 1.255 mortes criminosas. Alguns dos mortos foram decapitados ou tiveram outras partes de seus corpos, que não a cabeça, mutilados. O número é metade do registrado em todo o ano de 2021.
Em resposta, o governo decretou estado de exceção nas províncias de Guayas, Manabí e Esmeraldas, as mais afetadas pelo tráfico de drogas, em vigor até o fim de junho.
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