Vendas do comércio sobem 1% em março e têm 3ª alta seguida, diz IBGE
Setor está 2,6% acima do patamar pré-pandemia, mas ainda 3,5% abaixo do pico da série, registrado em outubro de 2020. De 10 segmento pesquisados, 6 seguem abaixo do nível de fevereiro de 2020. As vendas do comércio cresceram 1% em março, na comparação com fevereiro, cravando a terceira alta consecutiva, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com março do ano passado, a alta foi de 4%.
No acumulado no ano, o varejo registra avanço de 1,3% em volume de vendas. Já no acumulado em 12 meses, passou de 1,7% em fevereiro para 1,9% em março.
Com a nova alta seguida, o setor está 2,6% acima do patamar pré-pandemia, mas ainda 3,5% abaixo do pico da série, registrado em outubro de 2020.
O resultado veio acima do esperado. Pesquisa da Reuters apontou que as expectativas eram de altas de 0,4% na comparação mensal e de 2,1% sobre um ano antes.
Segundo o gerente da pesquisa, Cristiano Santos, uma sequência de altas seguidas como essa não ocorria desde maio a outubro de 2020 (cinco meses consecutivos). “
A trajetória vinha sendo claudicante, irregular. Esses três meses de alta significam um trimestre forte, embora os crescimentos ainda não sejam homogêneos entre todas as atividades”, destacou.
Alta de 1,9% no 1º trimestre após dois trimestres de queda
No 1º trimestre, o comércio registrou crescimento de 1,9% frente ao 3 últimos meses de 2021. Foi o primeiro crescimento após dois trimestres seguidos de queda e a maior para um primeiro trimestre desde 2017, quando o crescimento havia sido de 2,9%, apontou o gerente da pesquisa.
Já na comparação os os 3 primeiros meses do ano passado, a alta foi de 1,3%, também o primeiro resultado positivo desde o segundo trimestre de 2021.
O que mais cresceu em março
Na passagem de fevereiro para março, as principais altas foram em equipamentos e material para escritório informática e comunicação (13,9%), livros, jornais, revistas e papelaria (4,7%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (3,4%). Por outro lado, houve queda nas vendas de supermercados (-0,2%) e artigos farmacêuticos (-5,9%).
Veja o desempenho de cada um dos segmentos
Combustíveis e lubrificantes: 0,4%
Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,2%
Tecidos, vestuário e calçados: 0,1%
Móveis e eletrodomésticos: 0,2%
Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: -5,9%
Livros, jornais, revistas e papelaria: 4,7%
Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 13,9%
Outros artigos de uso pessoal e doméstico:3,4%
Veículos, motos, partes e peças: -0,1% (varejo ampliado)
Material de construção: 2,2% (varejo ampliado)
No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, o volume de vendas apresentou aumento de 0,7% frente a fevereiro.
Regionalmente, as vendas cresceram em 19 das 27 unidades da federação, com destaque para: Goiás (3,0%), Roraima (2,8%) e Pernambuco (2,5%).
Recuperação desigual
O IBGE destacou que a recuperação ainda não é difundida entre as atividades, já que seis segmentos seguem abaixo do patamar pré-pandemia, e quatro, acima, considerando o comércio varejista ampliado.
Entre as atividades que seguem com nível de vendas inferior ao de fevereiro de 2020, destaque para livros, jornais e papelaria (-32,1%), móveis e eletrodomésticos (-13,9%), vestuário e calçados (-10,4%) e automóveis e motos (-5,6%).
Perspectivas para o ano
A alta dos juros e inflação persistente têm tirado o poder de compra e de consumo das famílias, afetando as perspectivas para o crescimento da economia em 2022.
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A produção industrial cresceu 0,3% em março, mas segue abaixo do patamar pré-pandemia, conforme mostrou na semana passada o IBGE.
A confiança do consumidor, entretanto, voltou a subir em abril, após ter recuado em março, em meio ao anúncio de medidas como a liberação de saques do FGTS e antecipação de 13º de aposentados.
Já a quantidade de endividados e a proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso bateram recorde novo recorde em abril, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O mercado financeiro estima atualmente um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,70% em 2022. Já para a inflação a projeção é de 7,89%.
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