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Cúpula das Américas terá ausência de pelo menos 8 líderes de países

EUA excluíram Cuba, Nicarágua e Venezuela. O presidente do México, então, afirmou que não vai. Presidente do Uruguai pegou Covid-19 e também cancelou. Outros também abandonaram o evento. Prédio com a logomarca da Cúpula das Américas em Los Angeles, EUA
Mike Blake/REUTERS
A Cúpula das Américas, o encontro entre os líderes dos países da América do Sul, América Central e América do Norte, começou nesta segunda-feira (6) com a notícia de que líderes de oito países não vão participar.
Os Estados Unidos, que organizam o evento, excluíram Cuba, Venezuela e Nicarágua. Esses países não têm regimes democráticos, para os EUA, e por isso não devem participar do encontro.
Um funcionário do governo de Joe Biden disse que “Cuba, Nicarágua e Venezuela não foram convidados a participar desta cúpula” porque os “Estados Unidos seguem mantendo reservas sobre a falta de espaços democráticos e a situação dos direitos humanos” nos três países.
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Cúpula das Américas começa em Los Angeles
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, informou nesta segunda-feira(6) que não participaria do encontro que tem como principal tema a crise migratória.
“Não vou à cúpula porque nem todos os países das Américas estão convidados e acredito na necessidade de mudar a política que se impõe há séculos, a exclusão”, disse López Obrador, apesar das insistências de Joe Biden para que compareça ao encontro.
O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, cancelou a viagem após testar positivo para a Covid-19.
“Por causa desta situação, devo cancelar todas as atividades durante os próximos dias”, disse o presidente, que não ofereceu mais detalhes sobre seu estado de saúde. No domingo, ele havia participado de um evento sobre o agronegócio em Montevidéu.
Os presidentes de Honduras, Xiomara Castro, que se alinhou com López Obrador, e da Guatemala, Alejandro Giammattei, cuja gestão já recebeu críticas da Casa Branca, anunciaram que recusaram o convite para assistir ao encontro.
O presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou que não viajará a Los Angeles se todos os outros mandatários não forem ao evento.
Excluídos reagem
“O evento já é um fracasso neoliberal” que “isola e desconecta os EUA de Nossa América. São pressões e chantagens”, escreveu nesta segunda-feira no Twitter o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, apesar de o presidente da ilha, Miguel Díaz-Canel, já ter confirmado que não iria.
O líder dissidente cubano Manuel Cuesta Morúa denunciou no Twitter que o governo impediu a viagem de opositores à cúpula. “Um regime excludente que protesta quando é excluído”, criticou.
Durante a semana haverá reuniões da sociedade civil com alguns governantes, encontros acadêmicos e de líderes empresariais. As eleições presidenciais estão previstas para quinta dia 9 e sexta, 10.
A cúpula, que encerrará em 10 de junho e que se celebra no contexto da guerra na Ucrânia, permitirá a Biden reunir-se com alguns de seus colegas, como o brasileiro Jair Bolsonaro, que confirmou presença e deve chegar na quinta-feira.
Caminhos para nossa liberdade
Uma caravana com milhares de migrantes da Venezuela, Honduras, Nicarágua e outros países partiu nesta segunda-feira sob fortes chuvas de Tapachula, no sul do México, com a intenção de percorrer mais de 3.000 km a pé para chegar aos Estados Unidos.
“Dizemos aos líderes dos países que se reúnem hoje na Cúpula das Américas que mulheres e crianças migrantes, famílias migrantes, não são moeda de troca, de interesses ideológicos e políticos”, declarou à AFP Luis García Villagrán, coordenador da ONG Centro de Dignificação Humana, que acompanha os migrantes.
“Caminhamos pela nossa liberdade, porque temos o direito de migrar”, acrescentou.
A organização Human Rights Watch denunciou nesta segunda-feira os abusos sofridos por migrantes e solicitantes de refúgio que chegam ao México vindos do sul, como resultado de políticas destinadas a impedir que cheguem aos Estados Unidos. A espera ocorre em condições terríveis, segundo a organização.
Milhares de pessoas, principalmente da América Central e outros países de América Latina, cruzam México diariamente rumo aos Estados Unidos. Eles dizem que fogem da violência e da pobreza em seus países, agravadas pela pandemia de Covid-19.
Apesar das ausências, estão em pauta temas como o crescimento econômico, a recuperação pós-pandemia, a luta contra o aquecimento global e especialmente a migração.
A questão da migração impactar Biden nas eleições de meio de mandato em novembro, nas quais disputa o controle do Congresso.
Procuração para Alberto Fernández
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que celebrou no fim de semana os “passos leves mas significativos” dos Estados Unidos ao permitir que petroleiras operem no país, também ficou de fora.
“O próprio governo dos Estados Unidos se encarregou de cortar a possibilidade de sucesso da Cúpula das Américas”, afirmou Maduro no fim de semana.
Ele estimou que o presidente argentino, Alberto Fernández, que assistirá à cúpula, “levará a voz da América Latina e Caribe”. “Sei que estaremos bem representados”, afirmou.
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