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Em reunião do Brics, Brasil volta a defender ‘solução negociada’ para guerra na Ucrânia

Cúpula de líderes teve a participação de Vladimir Putin (Rússia), que invadiu a Ucrânia em fevereiro, Bolsonaro não mencionou a guerra no discurso divulgado pelo governo brasileiro. O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou em nota nesta sexta-feira (24) que, durante reunião de líderes dos países do Brics, o Brasil “defendeu a solução pacífica e negociada do conflito” entre Ucrânia e Rússia.
A guerra na região teve início em fevereiro com a invasão das tropas russas ao território ucraniano.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul formam o bloco de países de economias consideradas emergentes. O presidente Jair Bolsonaro participou na quinta-feira (23), por videoconferência, da reunião com os presidentes Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia), Cyril Ramaphosa (África do Sul) e o primeiro-ministro Narendra Modi (Índia).
Na ocasião, com Putin no encontro virtual, Bolsonaro não mencionou a guerra no discurso de menos de quatro minutos transmitido na TV e nas redes sociais pela emissora oficial do governo brasileiro.
Em reunião virtual, Bolsonaro discursa e não cita guerra na Ucrânia
O presidente pediu apoio para mudanças em organismos internacionais, entre os quais o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), e declarou que “é preciso estar atento para que o exercício diplomático siga sempre com o foco no objetivo maior de produzir prosperidade e paz”.
Nesta sexta, ao final da cúpula organizada pela China, o Itamaraty informou que os líderes dos cinco países debateram da situação na Ucrânia e reforçaram suas posições. O ministério utilizou a palavra “conflito” para se referir à invasão das tropas russas, criticada pelos EUA e por países da União Europeia.
“O Brasil defendeu a solução pacífica e negociada do conflito, clamou pela busca urgente de solução para a crise humanitária e ressaltou a necessidade de respeito ao Direito Internacional e aos princípios da Carta da ONU”, disse a nota.
A posição expressa pelo Itamaraty é a mesma divulgada em fevereiro, quando o ministério citou “a necessidade de buscar uma solução negociada” para a crise no Leste Europeu.
Bolsonaro foi recebido por Putin, em Moscou, dias antes do início da guerra. Desde então, o presidente evita críticas diretas ao governante russo e frisa que deve zelar pelas relações comerciais, já que a Rússia é importante fornecedor de fertilizantes utilizados pelo agronegócio brasileiro.
Segundo agências de notícias, Putin pediu na reunião de quinta que os países do Brics cooperem para enfrentar as “ações egoístas” do Ocidente, o que foi interpretado como referência às sanções aplicadas contra a Rússia por causa da ofensiva na Ucrânia.
No dia anterior, Putin afirmou que a Rússia pretende redirecionar seu comércio e exportações de petróleo para países do Brics.
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