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EUA anunciam em Cúpula que empresas farão investimento de US$ 10 bi na América Central; governo acredita que isso vai diminuir imigração

Estarão ausentes da Cúpula das Américas os presidentes da Nicarágua, Venezuela, e Cuba, que foram excluídos do evento pelos EUA, e do México, Honduras, Guatemala e Bolívia, em protesto contra a exclusão dos três países. Além disso, também não estará presente o presidente do Uruguai, que testou positivo para Covid-19. Prédio exibe logomarca da Cúpula das Américas em Los Angeles, EUA
Mike Blake/REUTERS
O governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (7) que fará investimentos de US$ 2 bilhões (R$ 9,74 bilhões) na América Central para conter a migração, um dos principais temas na Cúpula das Américas afetada pelo boicote de vários presidentes, como o do México.
O anúncio será feito pela vice-presidente Kamala Harris.
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Estarão ausentes os presidentes da Nicarágua, Venezuela, e Cuba, que foram excluídos do evento pelos EUA, e do México, Honduras, Guatemala e Bolívia, em protesto contra a exclusão dos três países. Além disso, também não estará presente o presidente do Uruguai, que testou positivo para Covid-19.
O dinheiro para Honduras, Guatemala e El Salvador, na verdade, são “novos investimentos de quase 10 empresas” que vão se instalar nesses países ou então aumentar suas capacidades lá.
Cúpula das Américas começa em Los Angeles
“Estes investimentos estão criando um ecossistema de oportunidades e ajudando a dar esperança às pessoas da região para construir vidas seguras e prósperas em seus lares”, destacou nesta terça-feira a Casa Branca em um comunicado.
Com este novo montante, as promessas de investimentos somam US$ 3,2 bilhões de capital privado para o chamado Triângulo Norte da América Central.
Dos três países procede a maioria dos quase 7.500 migrantes sem documentos que atravessam a cada dia a fronteira entre Estados Unidos e México para fugir da miséria, do medo, da corrupção e da violência.
Um fluxo migratório que tem um custo político para o governo de Joe Biden e pode fazer com que os democratas percam o controle do Congresso nas eleições de meio de mandato de novembro.
Na Cúpula das Américas em Los Angeles, que prossegue até sexta-feira, serão adotados cinco documentos sobre áreas consideradas cruciais: governança democrática, saúde a resiliência, mudança climática e a sustentabilidade ambiental, transição para a energia limpa e transformação digital.
A migração fica de fora, mas o governo Biden espera assinar uma declaração migratória para a qual conta com o apoio do México, apesar do boicote do presidente Andrés Manuel López Obrador, que enviará ao evento seu chanceler, Marcelo Ebrard.
A situação dos migrantes nos 3.200 km de fronteira que os dois países compartilham preocupa a sociedade civil, um dos pilares da cúpula, segundo Washington.
“Os EUA devem encarar o problema da migração não de seu ponto de vista, mas da lente coletiva” atendendo às “raízes mas também com paliativos quando o fato já ocorreu” e o setor privado joga um papel importante, disse Leonardo Martellotto, da ONG JA Américas.
A sociedade civil pode contribuir com soluções, mas “o governo tem a varinha mágica da escala”, afirmou, insistindo na importância de fomentar o trabalho remoto nos países de origem, na formação dos jovens em dificuldades e das famílias que recebem as remessas para que tirem o melhor partido delas.
Exclusão incomoda
A exclusão de países do evento continuava dando o que falar nesta terça. Os excluídos serão representados pelo presidente argentino, Alberto Fernández, enquanto presidente pro-tempore da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC).
“A unidade não se declama, a unidade se exerce e a melhor forma de exercê-la é não segregar ninguém”, disse horas antes de partir para Los Angeles.
Kamala Harris também pretende anunciar nesta terça-feira uma iniciativa de empoderamento das mulheres, ao mesmo tempo que o Departamento de Estado divulgará a agenda digital para ampliar o acesso à tecnologia e uma iniciativa que promove os meios de comunicação independentes.
Aliança e reformas
Na quarta-feira, Biden fará um discurso para iniciar os dias mais intensos da reunião, até o momento concentrada na sociedade civil.
Biden anunciará uma aliança com a América Latina para a prosperidade econômica, em plena recuperação pós-pandemia, para revitalizar as instituições econômicas regionais e mobilizar investimentos.
Também deve propor uma “reforma ambiciosa” do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) “para abordar de maneira mais eficiente o desafio do desenvolvimento da região porque o setor privado tem um papel central”, explicou.
Washington tentará obter uma participação de capital no BID para investir na área de empréstimos do setor privado e “direcioná-los para onde têm maior impacto”.
O presidente americano também anunciará mais de 300 milhões de dólares em ajuda para a região em caso de insegurança alimentaria, com a guerra na Ucrânia como pano de fundo.
O conflito bélico desatado pela invasão determinada pelo presidente russo Vladimir Putin provocou a disparada dos preços de alguns produtos da cesta básica.
Além da cúpula, a programação inclui a Cúpula Empresarial das Américas, que começa na noite desta terça, um fórum sobre jovens das Américas e outro sobre a sociedade civil, que se concentrou nesta terça na governabilidade democrática que, segundo Vanessa Neumann, porta-voz sul-americana, é o nexo da cúpula.
“Biden se concentra na migração, enquanto os líderes latino-americanos estão interessados também em protocolos de desenvolvimento como o nearshoring” ou subcontratação. “Fortalecendo a democracia e a inclusão se constrói a prosperidade”, disse ela.
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