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Mesmo que sobreviva, Johnson terá rebeldes conservadores no seu encalço

Festas durante a pandemia aceleram moção de desconfiança refletem clara insatisfação dentro partido de premiê britânico, que deve perdurar depois da votação Imagens mostram o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, sem máscara, em festa no gabinete do governo durante o lockdown da Covid-19 em Londres
ITV News via Reuters
Ainda que sobreviva à moção de desconfiança desencadeada em seu próprio partido, o premiê britânico Boris Johnson sai derrotado, com a imagem maculada por pelo menos uma dezena de festas patrocinadas por seu governo durante a pandemia.
Boris Johnson é vaiado na chegada de missa em homenagem à rainha, em Londres
Ficou claro o desagrado do público quando ele foi vaiado ao chegar, com a mulher Carrie, à Catedral de St Paul, nas celebrações do Jubileu de Platina de reinado da rainha Elizabeth II.
Os leais ao premiê podem argumentar que, se conseguir ultrapassar a maioria simples de 181 votos, como é previsto, ele terá um ano de imunidade contra novas tentativas de rebelião na legenda. E que não há um forte sucessor para ocupar o seu lugar.
Mas esta sobrevida não é garantia de nada. Sua antecessora, a também conservadora Theresa May, esteve nesse lugar. Ganhou em 2018 uma moção de desconfiança e seis meses depois foi forçada a renunciar. Johnson era um daqueles rebeldes.
Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, na residência oficial de Downing Street, em Londres
Daniel Leal via Reuters
Como bem recordou Gavin Barwell, na época chefe de gabinete da premiê, Johnson sairá inevitavelmente ferido da votação. Terá no seu encalço, até o fim do mandato, os rebeldes do partido.
Um deles é o seu czar anticorrupção, John Penrose, que horas antes da votação, renunciou ao cargo e insistiu que o premiê deveria fazer o mesmo por ter quebrado o código ministerial no escândalo conhecido como Partygate.
A investigação fez com que Johnson se tornasse o primeiro chefe de governo britânico a ser multado no exercício de suas funções. Foi arrogante e deu desculpas esfarrapadas sobre as reuniões sociais regadas a vinho na sede do governo, enquanto os britânicos amargavam o confinamento em suas casas. É acusado de mentir ao Parlamento.
Pesquisas revelam que a desconfiança e o desprestígio em relação ao premiê atingem todas as camadas sociais do país, embora a guerra na Ucrânia tenha lhe trazido alguma trégua. Mas a indisciplina partidária e a insatisfação popular vão além das festas clandestinas e se ancoram na alta da inflação, no aumento de impostos, na inoperância do Sistema Nacional de Saúde e nas políticas divisivas de Johnson. No voto desta segunda-feira, os conservadores medirão o tamanho desta raiva.
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