Bitcoin acentua perdas e volta a ser negociado abaixo de US$ 20 mil
O valor de mercado somado de todas as criptomoedas recuou para US$ 920 bilhões após voltar a US$ 1 trilhão na sexta. Bitcoin
Divulgação
O bitcoin acelerou o ritmo de baixa e voltou a ser negociado abaixo de US$ 20 mil nesta terça com a piora nos mercados de risco e antes da divulgação de resultados corporativos em Wall Street.
Maior das criptomoedas, o bitcoin era negociado a US$ 19.810,98, com baixa de 3,2% nas últimas 24 horas, perto das 9h10 (horário de Brasília), segundo o CoinGecko. O ether, moeda digital da rede ethereum, registrava perdas de 6,6%, a US$ 1.068,10. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas tinha recuado para US$ 920 bilhões. Em reais, o bitcoin recuava 0,2% a R$ 107.022,28 e o ethereum tinha baixa de 1,71% a R$ 5.806,25.
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Para André Franco, chefe de análise do MB, os investidores de criptoativos aguardam dados de inflação e atividade econômica, que podem ter impacto relevante no ajuste da política monetária pelo Federal Reserve nos EUA.
“Amanhã teremos a divulgação dos dados da inflação americana, resultado que pode pressionar ainda mais o Fed. Isso porque, caso o dado a ser divulgado amanhã seja acima da expectativa, poderemos ver um aumento ainda mais agressivo de juros pelo Fed. Consequentemente, isso deterioraria ainda mais os os preços dos ativos de riscos, incluindo os criptoativos. Vemos o bitcoin negociando abaixo dos US$ 20 mil em receio a esse cenário mais negativo que pode se desenhar logo adiante”, disse.
Segundo João Marco Cunha, gestor de portfolio da Hashdex, o mercado está procurando uma referência, e desde a metade do mês passado o bitcoin não consegue sair da banda de preços entre US$ 18 mil e US$ 22 mil. Para destravar valor ou despencar de vez, diz ele, precisaria haver uma grande notícia específica sobre criptomoedas ou uma mudança no cenário macroeconômico. “Precisamos de algum evento para tirar desse patamar, dessa banda que está bem acomodada. Precisa ter notícia”, afirma o gestor.
Um fator que tem sido bastante observado pelo mercado é a situação de insolvência de grandes empresas do setor de criptoativos, como a companhia de empréstimos de criptomoedas Celsius. Recentemente, o fundo Three Arrows Capital, que também operava alavancado no setor, pediu falência, algo que deixou os investidores ansiosos para saber qual vai ser o próximo a cair.
Desde o colapso do protocolo Terra/Luna em abril as autoridades regulatórias de países desenvolvidos estão de olho nas stablecoins, devido ao tamanho do prejuízo que milhares de investidores tiveram que absorver globalmente por conta do fracasso da stablecoin algorítmica e de sua contraparte.
‘Calmaria antes de tempestade’
As opiniões estão divididas sobre se o token encontrou um piso em torno de US$ 20 mil após uma queda de 57% este ano O mais recente padrão gráfico do bitcoin sugere que os investidores de criptomoedas devem se preparar para mais perdas.
O maior token digital traçou uma chamada cunha ascendente, que os analistas técnicos veem como uma espécie de calmaria antes da tempestade – um hiato temporário nos episódios de pressão descendente intensa no preço de um ativo.
Uma cunha crescente também se formou entre maio e junho, quebrando um forte recuo anterior no bitcoin, apenas para dar lugar a uma queda de 42% que levou a moeda virtual para US$ 17.600 do patamar de mais de US$ 30 mil.
As opiniões estão divididas sobre se o token encontrou um piso em torno de US$ 20 mil após uma queda de 57% este ano provocada pelo aperto da política monetária, a implosão de empresas de criptomoedas e um clima sombrio nos mercados globais.
A última pesquisa do MLIV Pulse está mais do lado dos pessimistas: a maioria dos entrevistados disse que é mais provável que o token caia para US$ 10 mil do que suba para US$ 30 mil. A maior das criptomoedas recuava cerca de 2,4% para US$ 19.927 na manhã desta terça.
“Não apenas o ambiente de mercado não está a favor, mesmo que um rali de mercado em baixa inspire alguma esperança, mas a comunidade de cripto também não está exatamente movimentada”, escreveu Craig Erlam, analista de mercado sênior da Oanda, em um relatório.g1 > EconomiaRead More