Empresário brasileiro suspeito de chefiar organização criminosa é extraditado do Paraguai para os Estados Unidos
Kassem Mohamad Hijazi foi apontado como responsável por fornecer dinheiro e infraestrutura para tráfico internacional de drogas na fronteira. Departamento de Justiça americano agradeceu extradição. Empresário foi preso em Cidade do Leste, no Paraguai, em 2021
Senad/PY/Divulgação
O brasileiro Kassem Mohamad Hijazi, que foi preso suspeito de chefiar uma organização criminosa que fornecia dinheiro e infraestrutura para o tráfico internacional de drogas, foi extraditado do Paraguai para os Estados Unidos.
A informação da extradição foi confirmada pela Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad), nesta quinta-feira (14).
De acordo com a investigação, Hijazi atuava na fronteira do Brasil com o Paraguai e também nos Estados Unidos. As autoridades informaram que Kassem usava seis empresas para fazer transferências ilícitas de dinheiro.
O esquema era comandado em Cidade do Leste e foi identificado por agências fiscais e de combate ao tráfico de drogas dos Estados Unidos.
Empresário foi preso no Paraguai
Conforme a Senad, no ano passado, ele foi preso no escritório dele em Cidade do Leste, no Paraguai, município que liga o país ao Brasil, por Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, pela Ponte Internacional da Amizade.
O governo americano afirmou que Hijazi era protegido por um esquema de propina envolvendo políticos, promotores e policiais paraguaios.
Com o uso da empresa de fachada na tríplice fronteira, o empresário atendia criminosos nos Estados Unidos, América do Sul, Europa, Oriente Médio e China.
Empresário foi enviado para Assunção, no Paraguai, e depois transferido para os EUA
Senad/Divulgação
A Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai disse que a extradição do suspeito representa um “golpe contra o crime organizado internacional no país”.
“Kassem Mohamad Hijazi está agora sob custódia dos EUA. Sua prisão foi considerada de alto valor estratégico para o Paraguai e os Estados Unidos. A captura e extradição de Hijazi reflete o compromisso interinstitucional do Paraguai na luta contra o crime organizado internacional”, informou.
Segundo a Senad, em 2004, o suspeito e o irmão dele foram condenados por crimes relacionados à lavagem de dinheiro.
A investigação foi destaque em sites do governo americano. Na segunda-feira (11), o Departamento de Justiça dos Estados Unidos fez uma publicação nas redes sociais agradecendo e parabenizando o Paraguai pelo sucesso na extradição.
“Agradecemos à Procuradoria Geral do Ministério Público do Paraguai por essa extradição de sucesso, com o apoio do Escritório de Assuntos Internacionais do Departamento de Justiça, Promotoria dos Estados Unidos no distrito de Nova York, Agência Antidrogas e Escritório de Investigações de Segurança Nacional”, disse a publicação.
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À época da prisão do suspeito no Paraguai, Anderson Almeida e Mathaus Agacci, advogados de defesa informaram que Kassem Mohamad Hijazi é um empresário e comerciante que atua licitamente no Paraguai há mais de 20 anos.
A defesa informou que ele foi preso de maneira arbitrária e ilegal, pois, não houve pedido formal de extradição formulado pelos EUA para o Paraguai no tempo legal antes da prisão.
Ainda, à época, os advogados afirmaram a segregação cautelar foi pedida por via diplomática desacompanhada de qualquer documento que indicasse alguma evidência concreta contra Kassem, em território Americano.
Kassem é brasileiro e morava em Foz de Iguaçu, de acordo com os advogados.
Empresário brasileiro é preso no Paraguai
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