Panamá tem quase um mês de protestos e estradas bloqueadas por preço de combustível e remédios
Policiais e manifestantes se enfrentaram nesta quarta-feira (20). Presidente do país congelou valores, mas sindicatos exigem redução de preços. Manifestante protesta em frente a barricada montada em estrada no Panamá, em 20 de julho de 2022.
AP
Em meio a uma crise por conta da disparada do valor do combustível e de remédios, o Panamá vive quase um mês de intensos protestos e estradas bloqueadas. O governo tenta acordo com sindicatos e organizações sociais, que exigem redução de preços.
Nesta quarta-feira (20), policiais e manifestantes se enfrentaram em Santiago de Veráguas, cidade na região central do país, após negociações entre o governo e sindicatos fracassarem na segunda-feira (18).
Manifestantes derrubam cerca que isolava Congresso na Cidade do Panamá, em 12 de julho de 2022.
Reuters
Esta semana, o presidente do Panamá, Laurentino Cortizo, anunciou congelamento temporário no preço de combustíveis e redução do custo de alguns remédios, mas os manifestantes afirmaram que as medidas não são suficientes e disseram que continuarão com as manifestações.
Organizações sociais chegaram a assinar um acordo com o governo para desbloquear as principais estradas do país, que estão parcialmente interrompidas por barricadas. Mas decidiram romper o combinado diante da nova proposta de Cortizo.
“Havíamos avisado ao Executivo que tínhamos que consultar as bases. Foi assinado sob pressão, mas as bases já decidiram e eu acato o que as bases decidem”, disse Luis Sánchez, um dos negociadores do pacto. “Enquanto isso, não temos nenhum tipo de acordo”, acrescentou Sánchez ao canal “TVN-2”, depois de aparecer diante das câmeras rasgando um pedaço de papel.
Moradores caminham estrada bloqueada por protestos que já duram quase um mês no Panamá, em 20 de julho de 2022.
AP
Os manifestantes exigem uma única mesa de diálogo com o governo para negociar não apenas os combustíveis, mas também a redução imediata do custo de alimentos e remédios, que tiveram uma forte escalada de preços nos últimos meses no país.
Panamenhos protestam contra alta dos preços do combustível, de remédios e de alimentos, em 20 de julho de 2022.
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O arcebispo do Panamá, José Domingo Ulloa, mediador no conflito, também defendeu a “mesa única” para travar “um diálogo aberto com o melhor desejo de buscar as soluções em benefício de todos os panamenhos”.
Os protestos geraram prejuízos milionários e o desabastecimento de combustível e alimentos em diversas áreas do país, segundo sindicatos patronais. Quase todos os acessos à Cidade do Panamá foram bloqueados pelos manifestantes.
Também foram reportados novos cortes de estradas na rodovia Pan-Americana, que liga o Panamá à Costa Rica, onde os bloqueios haviam sido levantados ontem. Essa rodovia é chave para o comércio e transporte de mercadorias por todo o país.g1 > MundoRead More