Primeiro-ministro do Sri Lanka oferece renúncia após manifestantes invadirem residência oficial da presidência
Soldados e policiais não foram capazes de segurar a multidão de manifestantes exigindo a renúncia do presidente Gotabaya Rajapaksa, com a irritação do público crescendo por causa da pior crise econômica do país em sete décadas. Manifestantes invadem palácio presidencial no Sri Lanka
O primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, está disposto a renunciar para abrir caminho para um governo de todos os partidos, disse o seu gabinete em um comunicado neste sábado (9), após milhares de manifestantes invadirem a residência oficial da presidência, na capital Colombo.
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Vídeo: Manifestantes invadem residência presidencial no Sri Lanka
Soldados e policiais não foram capazes de segurar a multidão de manifestantes exigindo a renúncia do presidente Gotabaya Rajapaksa, com a irritação do público crescendo por causa da pior crise econômica do país em sete décadas.
Policiais tentam conter manifestantes com jatos de água no Sri Lanka, em 9 de julho de 2022
Dinuka Liyanawatte/Reuters
Os manifestantes também forçaram a entrada por pesados portões de metal ao prédio do Ministério das Finanças e aos escritórios do presidente à beira-mar.
Manifestantes invadiram a residência oficial do presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, em Colombo, no dia 9 de julho de 2022
Dinuka Liyanawatte/Reuters
Presidente não estava na residência
O presidente Gotabaya Rajapaksa deixou a residência oficial em Colombo antes de o local ser invadido.
Canais de televisão exibiram imagens de centenas de pessoas escalando os portões do palácio presidencial.
Alguns manifestantes transmitiram ao vivo nas redes sociais vídeos que mostravam a multidão dentro do palácio.
Presidente a salvo
Funcionários do governo afirmam que ignoram as intenções do presidente Rajapaksa depois da fuga.
Sem se identificar, os membros do governo afirmam que aguardam instruções e que não sabem onde o presidente está –eles afirmam que a Marinha do Sri Lanka o protege.
De acordo com o governo, 20.000 soldados e policiais foram enviados a Colombo para proteger o presidente.
Na sexta-feira, as forças de segurança determinaram um toque de recolher para tentar dissuadir os manifestantes de sair às ruas.
A medida foi suspensa depois que partidos de oposição, ativistas de direitos humanos e a Ordem dos Advogados do pais ameaçaram processar o chefe de polícia.
De qualquer maneira, o toque de recolher foi amplamente ignorado pelos manifestantes. Alguns obrigaram as autoridades ferroviárias a transportá-los neste sábado até Colombo para participar na manifestação.
Problemas do país
O Sri Lanka vive uma inflação alta com escassez de combustíveis, energia elétrica, alimentos e medicamentos.
A ONU calcula, entre outras coisas, que quase 80% da população pula as refeições para enfrentar a falta de alimentos e a alta dos preços.
Em abril, o Sri Lanka declarou a moratória da dívida externa de 51 bilhões de dólares e iniciou negociações para um plano de ajuda do Fundo Monetário Internacional.
A crise é atribuída à pandemia de Covid-19, que privou a ilha da Ásia dos dólares que eram obtidos com turismo, e foi agravada por uma série de péssimas decisões políticas, segundo os economistas.
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