Aliados de Lula questionam embaixadores sobre reconhecimento de resultado das eleições
Em reuniões com embaixadores, integrantes da campanha do ex-presidente Lula têm questionado como os governos estrangeiros irão agir quando a Justiça Eleitoral brasileira declarar o resultado das eleições e se os países planejam reconhecer imediatamente uma possível derrota do presidente Jair Bolsonaro, caso seja o resultado anunciado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O blog ouviu o relato das conversas de embaixadores e representantes de representações estrangeiras importantes em Brasília e confirmou também com integrantes da campanha de Lula.
A dúvida se dá pelo receio de que o presidente Jair Bolsonaro e apoiadores resistam a reconhecer a derrota.
Na segunda (22), em entrevista ao Jornal Nacional, Bolsonaro condicionou aceitar o resultado do pleito “desde que as eleições sejam limpas” – o que não cabe a ele, que é candidato, mas à Justiça, determinar.
Bolsonaro no JN: Eleições
Empresários apoiadores de Bolsonaro chegaram também a trocar mensagens com conteúdo golpista relacionado à eleição – eles foram alvo de operação da PF nesta terça-feira.
Ao blog, dois embaixadores confirmaram que conversaram sobre o tema com interlocutores da campanha de Lula. Ambos afirmaram que os países acompanham de perto as eleições, como sempre fizeram, e irão reconhecer o resultado proclamado pela Justiça Eleitoral.
O deputado Alexandre Padilha confirmou ao blog que esteve com representantes das embaixadas do Reino Unido e dos Estados Unidos e perguntou como seria o reconhecimento do resultado das eleições.
“Bolsonaro vai criar três meses de muita confusão, se perder a eleição. Por isso o compromisso destes países é tão importante”, disse.
Além de Padilha, conversaram com representantes estrangeiros o ex-chanceler dos governos Lula, Celso Amorim, e o senador Jaques Wagner.
Ao blog, Amorim disse que não tratou do reconhecimento das eleições, mas que participou de conversas a convite de representações e entidades estrangeiras.
“Claro que o reconhecimento rápido torna a vitória um fato consumado”, disse o ex-chanceler, citando ainda as últimas eleições nos EUA, quando o reconhecimento imediato de outros países esvaziou movimentos para não aceitar a vitória de Joe Biden por parte do ex-presidente Donald Trump.
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