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Angola se prepara para as eleições mais acirradas na história do país; conheça os candidatos

Angola tem a segunda maior população lusófona do mundo (atrás do Brasil), é o segundo maior produtor de petróleo da África e uma das nações mais desiguais do planeta. Imagem de Luanda, capital de Angola
Saul Loeb/Reuters
Cerca de 14 milhões de angolanos (tanto no próprio território como no exterior) vão votar nas eleições gerais desta quarta-feira (24), que devem ser as mais concorridas desde o primeiro pleito realizado no país, em 1992.
Angola tem a segunda maior população lusófona do mundo (atrás do Brasil), é o segundo maior produtor de petróleo da África e uma das nações mais desiguais do planeta.
O país viveu uma guerra civil de 27 anos. O conflito começou em 1975, após a independência de Portugal. Os grupos Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita) se enfrentaram até 2002. O saldo foi de mais de 500 mil pessoas mortas.
MPLA e Unita se enfrentam nas urnas
O MPLA está no poder em Angola desde a independência, em 1975. O presidente atual é João Lourenço. Ele tenta ser reeleito para um segundo mandato de 5 anos, mas a Unita nunca teve tanta popularidade.
Joao Lourenço em abril de 2019
Maxim Shemetov/Reuters
Uma pesquisa feita pelo Afrobarômetro em maio mostra que a proporção de angolanos favoráveis à Unita aumentou de 13%, em 2019, para 22% (o partido ainda está sete pontos percentuais atrás do MPLA).
Cerca de metade dos eleitores ainda não decidiram em quem votar.
Lourenço foi escolhido pelo seu antecessor, José Eduardo dos Santos, que deixou o governo em 2017 depois de quatro décadas no poder.
O atual presidente abriu investigações sobre alegações de corrupção durante a era de seu antecessor Santos, mesmo que os dois tenham sido aliados. Ainda assim, há um sentimento de decepção com o MPLA, especialmente por parte dos mais jovens, que consideram que o partido não conseguiu melhorar as vidas das pessoas.
A Unita é liderado por Adalberto Costa Júnior, que está fazendo campanha entre os eleitores mais jovens dizendo que pretende criar empregos e garantir uma estabilidade em época de crise global.
Adalberto Costa Júnior em imagem de 2019
Lwenapithekus Samussuku/Creative Commons
Votação fora do território
Pela primeira vez, eleitores que não estão em Angola poderão participar das eleições. Estima-se que cerca de 400 mil angolanos vivem fora do país, mas apenas 22 mil se registraram para votar (essa proporção pequena é um indicador de que as pessoas simplesmente não acreditam que as eleições podem mudar as perspectivas do país).
Apoiadores do Unita em Luanda, em 2012
Siphiwe Sibeko//Reuters
Como funciona a eleição
Os eleitores não escolhem diretamente o presidente, mas, sim, deputados em uma lista. O líder do partido que tiver mais votos é escolhido como presidente.
A Assembleia Nacional tem 220 deputados. Desses, 130 são eleitos por uma lista nacional, e 90 são eleitos em listas regionais (são 18 províncias, e cada uma tem 5 deputados).
Hoje, o MPLA tem 150 cadeiras na assembleia, e a Unita, 51. O resto é ocupado por partidos menores.
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