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Angolanos votam para presidente em eleição mais disputada da história

Eleições são as mais disputadas no país desde a independência de Portugal, em 1975. É a primeira vez que o partido do atual presidente, que governa desde então, pode perder para a oposição. População angolana é a segunda no mundo que mais fala português, atrás do Brasil. Motociclista passa diante de cartaz do atual presidente da Angola, em 23 de agosto de 2022.
Siphiwe Sibeko/ Reuters
Os angolanos comparecem às urnas nesta quarta-feira (24) para eleger o novo líder do país, nas eleições mais disputadas da história da ex-colônia portuguesa. O principal embate ocorre entre o atual presidente, cujo governa a nação desde a independência, em 1975, e um opositor que promete lutar contra a pobreza e a corrupção.
As eleições são legislativas, mas, na Angola, o partido vencedor é o que escolhe o presidente do país. De acordo com as pesquisas mais recentes, o governante Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) deve triunfar novamente.
Neste caso, o presidente João Lourenço, de 68 anos, terá o segundo mandato.
Angola tem a segunda maior população lusófona do mundo (atrás do Brasil), é o segundo maior produtor de petróleo da África e uma das nações mais desiguais do planeta.
A votação termina às 18h no horário local (14h de Brasília), e os resultados serão divulgados alguns dias após a eleição. O país tem 14 milhões de eleitores registrados, que devem escolher entre oito partidos políticos.
Seu principal adversário é Adalberto Costa Júnior, de 60 anos, do ex-movimento rebelde de direita União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
A UNITA fez campanha com a promessa de reformas para lutar contra a pobreza e a corrupção. “ACJ”, como o líder do partido é chamado, conseguiu encarnar para muitos angolanos as esperanças de “mudança” em um país com grandes dificuldades econômicas.
CANDIDATOS: Conheça quem está no páreo das eleições mais disputadas em Angola desde a independência de Portugal
O líder da oposição também conquistou a simpatia de boa parte dos jovens nas grandes cidades, uma faixa etária que não tem a lealdade dos mais velhos ao MPLA. A faixa etária de 10 a 24 anos representa um terço da população do país de quase 34 milhões de habitantes.
Imagem de Luanda, capital de Angola
Saul Loeb/Reuters
Este movimento, identificado durante décadas com a luta pela independência, teve a imagem corroída pela corrupção que marcou a longa presidência de José Eduardo dos Santos (1979-2017). O ex-presidente, que faleceu em julho na Espanha e que teve o corpo repatriado no sábado passado para Angola, foi acusado de desviar bilhões de dólares para beneficiar parentes e amigos.
“Não há democracia com um partido único no poder”, declarou Costa Júnior em um comício em Luanda na segunda-feira.
Temor de fraudes
“A diferença será a menor da história”, prevê Eric Humphery-Smith, analista da consultoria britânica Verisk Maplecroft.
Mas com um partido no poder que controla o processo eleitoral e os meios de comunicação públicos, a oposição e parte da opinião pública temem a possibilidade de fraude.
Em 2017, João Lourenço foi eleito com 61% dos votos, com a marca de sucessor designado de Santos.
Após a vitória nas urnas, ele rapidamente se afastou do ex-presidente e iniciou, para surpresa de todos, uma amplia operação anticorrupção. Também afastou pessoas ligadas a Santos de cargos importantes no governo.
O atual presidente espera vencer graças ao balanço dos cinco anos de governo, período em que, depois de herdar uma economia dependente do petróleo e em grave recessão, iniciou reformas ambiciosas para diversificar as fontes de receia e privatizar empresas públicas.
“Criamos e reestruturamos nossa economia”, disse o presidente e candidato em um comício no fim de semana passado.
A repatriação do corpo do ex-presidente José Eduardo dos Santos, que será sepultado no domingo, pode favorecer Lourenço.
Os resultados só devem ser anunciados vários dias após as eleições, mas, em caso de impugnação, a demora pode ser ainda maior.g1 > MundoRead More

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