Chefe da ONU visita a Ucrânia, volta a pedir o fim da guerra e manifesta temor com usina nuclear
O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, voltou a pedir o fim da guerra na Ucrânia, país que visitou e onde teve um encontro com os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Segundo o português, os três líderes debateram os esforços para alcançar a paz.
O secretário-geral saudou a cooperação e a vitória do multilateralismo que possibilitou um acordo para a saída de grãos dos portos da Ucrânia. Mas, para ele, o centro do problema é a guerra que continua.
Guterres voltou a dizer que a invasão da Rússia é uma violação da integridade territorial da Ucrânia e que viola a Carta da ONU. O conflito, iniciado em 24 de fevereiro, já registrou milhares de mortes, inclusive de civis, além de destruição massiva e do deslocamento de milhões de pessoas, com inúmeras violações dos direitos humanos.
Para o secretário-geral, a paz ansiada pelos ucranianos reflete as aspirações das pessoas de todo o mundo, principalmente dos jovens que querem um futuro de oportunidades e sem violência.
António Guterres em sua primeira viagem à Ucrânia (Foto: UN Photo/Eskinder Debebe)
O chefe da ONU afirmou que, desde o início da guerra, tem deixado claro que não é possível conseguir uma solução para a crise global de alimentos sem assegurar o acesso total à produção de alimentos e fertilizantes da Rússia e da Ucrânia.
Em menos de um mês, desde o acordo, 21 navios já deixaram os portos da Ucrânia carregados de cereais, e 15 embarcações zarparam de Istambul para a Ucrânia transportando grãos e outros itens alimentares. Uma das áreas beneficiadas pela medida e que poderá continuar recebendo os cereais da Ucrânia é o Chifre da África.
Missão a Zaporizhzhya
António Guterres afirmou ainda que está gravemente preocupado com a situação na usina nuclear de Zaporizhzhya, a maior da Europa. Ele disse que o bom senso deve prevalecer para evitar qualquer ação que possa colocar em perigo a integridade física e a segurança da instalação.
Para o chefe da ONU, é necessário um acordo urgente para restabelecer Zaporizhzhya como uma infraestrutura puramente civil, levando segurança à área. Os arredores da usina foram alvos de vários bombardeios na última semana. E, em um deles, um dos reatores foi desligado.
A AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) está em contato com Ucrânia e Rússia e já informou que está pronta para enviar uma missão técnica ao local para avaliar a situação da segurança nuclear.
Para Guterres, a vitória da diplomacia e do multilateralismo que levou ao acordo da Iniciativa de Grão do Mar Negro é uma prova de que é possível alcançar consensos.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News
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