RÁDIO BPA

TV BPA

Ex-prefeita de Lima investigada por caso Odebrecht pode ser condenada a 29 anos de prisão

O ex-presidente da Odebrecht no Peru, o brasileiro Jorge Barata, disse aos promotores peruanos que a empresa contribuiu para uma campanha contra a deposição da ex-prefeita porque temia que, se ela fosse destituída, as obras que a empresa realizava para a cidade seriam prejudicadas. Susana Villarán, candidata à prefeitura de Lima, acena a partidários enquanto espera os resultados das eleições em Lima, na noite de domingo
Enrique Castro-Mendivil/Reuters
O Ministério Público do Peru pediu 29 anos de prisão para a ex-prefeita de Lima Susana Villarán, a quem acusa de lavagem de dinheiro em um caso ligado ao escândalo de corrupção da Odebrecht.
De acordo com um documento divulgado nesta quinta-feira (25), os promotores afirmam que ela participou de uma organização criminosa que recebeu mais de US$ 10 milhões em pagamentos ilegais das construtoras Odebrecht e OAS para continuar no comando do município.
A acusação foi apresentada ao Tribunal Superior Nacional de Justiça Criminal pelo promotor José Domingo Pérez, da equipe especial da Lava-Jato no Peru, que investiga o caso há cinco anos.
Peru é um dos países em que a Odebrecht atuou por meio de esquemas ilegais
A acusação contra Villarán, prefeita entre 2011 e 2014, é pelos seguintes crimes: associação criminosa, conluio, lavagem de dinheiro, falsidade genérica e falso testemunho em procedimento administrativo.
Agora, o tribunal deve analisar os autos e definir uma data de início do julgamento, que pode levar meses.
Villarán, 73 anos, está em liberdade condicional desde maio de 2021, depois de passar um ano em prisão preventiva e ser liberada devido à pandemia.
Entenda o caso
Em 2019, a ex-prefeita admitiu que as empresas brasileiras Odebrecht e OAS financiaram uma campanha contra a cassação de seu mandato movida pela oposição em 2013. No entanto, segundo ela, a contribuição foi de US$ 4 milhões, e não US$ 10 milhões como afirma o Ministério Público.
O ex-presidente da Odebrecht no Peru, o brasileiro Jorge Barata, disse aos promotores peruanos que a empresa contribuiu para essa campanha porque temia que, se ela fosse destituída, as obras que a empresa realizava para a cidade seriam prejudicadas.
O depoimento de Barata faz parte de um acordo de colaboração firmado entre a Odebrecht e o Ministério Público peruano.
A prefeitura de Lima administra um grande orçamento para contratos de obras públicas.
O Peru é um dos países na mira da operação ‘Lava-Jato’, que descobriu um esquema de pagamentos de propinas a políticos, em troca da concessão de obras públicas dentro e fora do Brasil.
Em 2016, a Odebrecht admitiu para autoridades americanas que pagou US$ 29 milhões em propinas no Peru entre 2005 e 2014.
Veja os vídeos mais assistidos do g1g1 > MundoRead More

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *