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Reserva de emergência: seu primeiro passo no mundo dos investimentos

Se você investe mas não fez sua reserva de emergência, dê um passo atrás e crie um fundo que pode te tirar do perrengue. Inteligência Financeira
Divulgação
Reserva de emergência é aquele dinheiro que a gente acumula para gastar só se o imprevisível acontecer. Muitos especialistas afirmam, inclusive, que formar essa reserva é o primeiro passo para começar a investir. Existem vários cálculos sobre o valor ideal para cada orçamento e produto de investimento que podem te ajudar a acelerar esse processo. Quem conta quais são eles e dá dicas sobre como chegar lá é a Juliana Inhasz, professora e coordenadora do curso de graduação em Economia no Insper, em nossa entrevista.
1. O que é uma reserva de emergência e quando deve ser usada?
A reserva de emergência é um recurso que as pessoas deveriam ter para situações inesperadas: aquelas que saíram do controle, que não foram planejadas. Por exemplo: doenças, problemas dentários, carro quebrado, enfim, fatos que criam uma situação desconfortável na qual é preciso dinheiro para revertê-la. Agora é importante não confundir esse tipo de despesa com as recorrentes como IPVA, IPTU, condomínio, que devem ser provisionadas mês a mês.
2. Qual é o valor ideal?
O tamanho da reserva de emergência é difícil de delimitar facilmente, já que cada pessoa possui uma necessidade. Há quem precise de uma reserva maior pelo padrão de vida mais caro e há quem precise de uma reserva menor pois possui um padrão de vida mais barato. O que é sugerido, no geral, é que cada pessoa tenha um recurso suficiente para segurar momentos extremos com 5 a 6 vezes o valor do salário, porém toda reserva é bem-vinda: quatro, três ou mesmo dois meses de salário, sempre dentro da realidade de cada um. O importante é que se tenha uma reserva.
3. Por que os especialistas aconselham a formar essa reserva antes de fazer investimentos com outros objetivos?
O investimento deve ser feito com intuito e objetivos específicos, ou seja, não é ideal que alguém invista e, caso precise, retire o valor investido. Se o propósito é garantir uma boa aposentadoria, por exemplo, é preciso manter o dinheiro investido até esse momento da vida. No entanto, se esse investimento for feito antes da criação da reserva de emergência, ele provavelmente vai ser usado se algum imprevisto acontecer. Nesse caso, o objetivo do investimento é deturpado e o sonho de se aposentar com a renda planejada entra em risco. Essa é a razão pela qual é importante primeiro ter uma cobertura para imprevistos para depois realizar investimentos com segurança.
4. Que produtos são aconselhados para a formação desse fundo para cada tipo de perfil de investidor?
O ideal é que a reserva seja alocada em produtos com muita segurança, como os CDBs de grandes bancos, títulos públicos, enfim, produtos seguros e com alguma rentabilidade. É preciso tomar cuidado com fundos de instituições menores e sempre observar se estão protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito, ou FGC. Assim, caso essas instituições tenham problemas, é possível reaver até R$ 250 mil por CPF.
5. Pessoas com perfil mais arrojado podem criar sua reserva com produtos de renda variável?
Não aconselho, particularmente, que pessoas com perfil arrojado coloquem essa reserva em renda variável, já que há riscos. A reserva de emergência deve ser algo seguro e quando a usamos em investimentos dessa natureza seu propósito é deturpado.
6. Quais são os erros mais comuns cometidos por quem está criando esse fundo de emergência?
O primeiro erro é não saber o quanto precisa separar por mês. Isso abre espaço para desordem financeira, já que a cada mês o investidor aplica uma quantia diferente. Não tem jeito: se você não sabe quanto guardar, não sabe como guardar, e aí a disciplina vai embora. O segundo erro é não saber onde colocar o dinheiro e onde o dinheiro deve ser investido em deixá-lo em conta corrente, conta poupança ou em produtos sem liquidez. O terceiro erro é estabelecer metas muito altas e/ou fazer um provisionamento errado. O quarto é usar o dinheiro para outros objetivos, tornando a vida financeira do investidor mais vulnerável.
7. Se a reserva for usada, como fazer para recompô-la?
Aí é necessário começar o processo novamente. O primeiro passo é se organizar e repensar o quanto você almeja e como irá fazer isso, por que muitas vezes suas metas podem mudar dependendo da experiência vivida. Precisa guardar mais dinheiro? Talvez seja o momento de aumentar sua renda, vender algo que não esteja usando ou repensar os gastos. Esta, para mim, é a melhor escolha sempre.
8. Pra você, inteligência financeira é…
É saber quanto se gasta, de quanto precisa para viver bem e como se manter no orçamento, sempre levando em conta objetivos de curto prazo, como a reserva de emergência, e os de médio e longo prazo. Em outras palavras, inteligência financeira não é saber como fazer para ganhar mais ou ficar milionário, mas sim ter saúde financeira.g1 > EconomiaRead More

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