Trump escala discurso anti-imigração e pede pena de morte para imigrantes que matem cidadãos americanos
Candidato republicano tem a pauta como carro-chefe da campanha presidencial. Trump visitou Aurora, no Colorado, nesta sexta-feira (11). Trump pede pena de morte para imigrantes que matem cidadãos americanos durante comício em Aurora, no Colorado, em 11 de outubro de 2024.
REUTERS/Isaiah J. Downing
Donald Trump retratou os imigrantes como criminosos perigosos durante um comício em Aurora, no Colorado, nesta sexta-feira (11), e pediu a pena de morte para migrantes que matarem cidadãos americanos, escalando sua retórica anti-imigração, carro-chefe de sua campanha presidencial.
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“Estou pedindo a pena de morte para qualquer migrante que matar um cidadão americano ou um policial”, disse Trump, recebendo aplausos de uma grande multidão de apoiadores.
Candidato republicano à Casa Branca, Trump endureceu notoriamente sua retórica anti-imigração nas últimas semanas da campanha eleitoral, em que busca derrotar a candidata democrata Kamala Harris em 5 de novembro.
A imigração ilegal é uma das principais preocupações dos eleitores, e pesquisas mostram que Trump é visto pela maioria como o mais capaz de lidar com o tema.
Era esperado que a ida de Trump a Aurora, localizada em um estado historicamente democrata, fosse para explorar a histórico da cidade com a imigração e pintar o local como uma “zona de guerra” dominada por gangues venezuelanas.
Durante um debate presidencial em 10 de setembro com Harris, Trump afirmou que membros do Tren de Aragua controlavam vários complexos de apartamentos em Aurora –alegações refutadas por autoridades da cidade.
O republicano disse em rede nacional durante o debate presidencial contra Kamala Harris que membros de uma gangue chamada “Tren de Aragua” controlavam vários complexos de apartamentos em Aurora. O boato surgiu após um vídeo mostrando homens armados entrando em um apartamento viralizar na internet, mas as alegações foram refutadas por diversas autoridades da cidade.
Cercado por pôsteres de supostos membros da gangue venezuelana Tren de Aragua, Trump também afirmou durante o comício que, se eleito, lançaria uma “Operação Aurora” nacional para alvejar os membros da gangue.
Trump já propôs a expansão da pena de morte para outros crimes, incluindo tráfico sexual de mulheres e crianças.
Uma das marcas da terceira candidatura presidencial de Trump tem sido seu foco no que ele chama de “crime de migrantes”, embora estudos acadêmicos mostrem que imigrantes não cometem crimes em uma taxa maior do que americanos nativos.
Quase metade dos estados dos EUA proíbe a pena de morte. Embora exista a pena de morte federal, ela raramente é usada, segundo o Death Penalty Information Center. A ampliação dos crimes elegíveis exigiria uma ação do Congresso dos EUA.
A campanha de Kamala Harris não se pronunciou sobre a proposta do republicano até a última atualização desta reportagem.
A vice-presidente Harris endureceu sua posição sobre a segurança das fronteiras desde que se tornou a candidata democrata em agosto e culpa Trump por ter ajudado a bloquear um projeto de lei bipartidário de segurança de fronteiras no Congresso no início deste ano.
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Gangues venezuelanas em Aurora
Durante um debate presidencial em 10 de setembro com Kamala Harris, Trump afirmou que membros do Tren de Aragua controlavam vários complexos de apartamentos em Aurora –alegações refutadas por autoridades da cidade.
No comício de sexta-feira, ele reiterou a promessa de focar a aplicação da lei em Aurora, caso seja reeleito.
“Vou resgatar Aurora e todas as cidades que foram invadidas e conquistadas”, disse Trump. “Vamos colocar esses criminosos sanguinários na prisão ou expulsá-los do nosso país.”
Apesar das declarações dramáticas de Trump voltadas para animar sua base, nenhuma cidade dos EUA foi tomada por migrantes.
O prefeito de Aurora, Mike Coffman, um republicano, disse em uma declaração antes do comício que “as preocupações sobre a atividade de gangues venezuelanas foram grosseiramente exageradas” e convidou Trump a visitar a cidade.
Os crimes graves em Aurora diminuíram em comparação com o ano anterior, segundo estatísticas do Departamento de Polícia de Aurora.
V Reeves, uma organizadora comunitária da Housekeys Action Network, disse que os moradores estavam nervosos com a visita de Trump. “Eles estão preocupados com os apoiadores de Trump aparecendo e os ameaçando”, disse Reeves.
Em dois dos prédios de apartamentos no centro da controvérsia, a Reuters observou janelas quebradas e lixo na quinta-feira. Um dos prédios tinha estações de câmeras portáteis da polícia que os moradores disseram terem sido instaladas esta semana.
Jesus, um venezuelano de 30 anos que trabalha com paisagismo e mora em um dos prédios, disse que todos os venezuelanos estão sendo culpados pelas ações de alguns.
“Nem todos nós somos pessoas ruins”, disse Jesus, que preferiu não fornecer seu sobrenome.
A disputa sobre a atividade de gangues em Aurora surge de um esforço da cidade para forçar o proprietário de vários complexos de apartamentos onde migrantes viviam a resolver problemas de reparos, lixo, infestação de pragas e outras reclamações.
Uma empresa de relações públicas contratada pelo proprietário, CBZ Management, afirmou no início de agosto que membros da gangue Tren de Aragua haviam assumido o controle das propriedades, de acordo com documentos obtidos pela Reuters por meio de um pedido com base na Lei de Registros Abertos do Colorado.
A CBZ Management não respondeu a pedidos de comentário feitos pela Reuters.
As alegações ganharam atenção nacional no final de agosto, quando um vídeo de homens armados em um dos prédios de apartamentos viralizou nas redes sociais.
Cindy Romero, uma ex-moradora do complexo de apartamentos, capturou as imagens com suas duas câmeras de segurança. Falando no comício na sexta-feira, ela disse que foi democrata por toda a vida, mas que votaria em Trump devido à sua experiência com o crime.g1 > Mundo Read More