Zebras, surpresas e corridas malucas: GP do Canadá é diversão garantida na F1

Jornalista Rodrigo França faz prévia de etapa deste fim de semana, no Circuito de Montreal, que marcou história na categoria com vitórias inéditas e batidas inesperadas de campeões Jornalista Rodrigo França faz analise do GP do Canadá da F1 2025
Em meio a um calendário tão intenso como o da F1 atual, com 24 corridas, o fã pode até achar que algumas corridas são rapidamente esquecidas ao longo da temporada. Mas com o GP do Canadá, que será disputado neste final de semana, a sensação normalmente é a oposta. Corridas malucas, primeiras vitórias históricas, zebras e até um muro que pune os campeões mundiais são alguns dos ingredientes que sempre trazem emoção em Montreal.
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Largada do GP do Canadá da F1 em 2024
Clive Rose/Getty Images
Duas explicações ajudam a reforçar este histórico de boas corridas no Canadá: primeiro, o clima instável que, assim como em Interlagos, ajuda a trazer provas mais movimentadas. Foi o que aconteceu na etapa do ano passado: a vitória foi de Max Verstappen, mas em uma prova com dinâmica bem intensa, já que a chuva proporcionou aquela bagunça que é o pesadelo de todo estrategista e o sonho de todo torcedor.
A segunda característica é o traçado do circuito Gilles Villeneuve. A pista é urbana, localizada na ilha de Notre Dame, utilizando ruas de um parque. Mas isso não quer dizer que as curvas sejam de baixa velocidade como num circuito de rua: muitas delas são de média e alta velocidade, fazendo com que os pilotos arrisquem cada centímetro de proximidade do muro para extrair o melhor tempo.
Vista do Circuito Gilles Villeneuve durante o GP do Canadá da F1 em 2023
Dan Istitene – Formula 1/Formula 1 via Getty Images
Não por acaso, em um destes muros, o erro pode significar o fim da corrida. Por estar em posição estratégica, bem no fechamento de volta, na última curva antes da linha de chegada, e antes da reta dos boxes (onde os pilotos querem abrir a volta com a maior velocidade possível), os pilotos sempre passam a centímetros dele – mas, por vezes, o cálculo dá errado e a batida é inevitável.
Em 1999, isso aconteceu com três campeões mundiais: Michael Schumacher, Damon Hill e Jacques Villeneuve. Desde então, o “Muro dos Campeões” ganhou fama e até a própria F1 exibe em suas transmissões a menção a esta curva.
Schumacher bateu no Muro dos Campeões em 1999
Getty Images
Com tantos incidentes, intervenções do safety car e chance de chuva, o GP do Canadá também tem tradição em ser o palco de primeira vitória de um piloto na F1. Um dos mais célebres são Lewis Hamilton, em 2007, em seu ano de estreia na McLaren. Outras vitórias viram grandes surpresas, como a primeira e única de Jean Alesi, em 1995, e a de Nelson Piquet em 1991 com a Benetton – superando a Williams de Nigel Mansell, após o inglês passar a volta final comemorando e deixando seu carro “morrer”.
Para 2025, a surpresa seria uma vitória que não viesse da dupla da McLaren. O time mostrou na etapa passada em Barcelona que a nova diretriz da FIA sobre as asas dianteiras não afetaram em nada sua performance – e nem trouxeram mais times na briga pela vitória.
Max Verstappen venceu as três últimas edições, mas na última, no ano passado, já teve que contar com a ajuda da chuva para superar as McLarens. Neste ano, precisa fazer do GP um momento de reação após perder a cabeça e bater o carro de propósito na Mercedes de George Russell.
Max Verstappen ficou apenas em 10º no GP da Espanha da F1 em 2025, punido após bater em George Russell
Jayce Illman/Getty Images
Já a Ferrari melhorou em Mônaco e Barcelona, mas ainda está longe do que o esperado em 2025 com a chegada de Lewis Hamilton. Para o Brasil, é a hora de ver o quanto a Sauber de fato melhorou: os upgrades trazidos em Barcelona funcionaram bem e Nico Hulkenberg foi o quinto colocado, enquanto Gabriel Bortoleto tinha chance de pontuar não fosse uma estratégia de pit stop equivocada. Montreal pode ser decisivo para mostrar que o time que virará Audi em 2026 terá mesmo um salto de performance já neste ano.
Mas a briga pela pole deve ser mais um duelo interno na McLaren, com Oscar Piastri em ligeira vantagem pelo desempenho ao longo do ano – mas a vitória de Norris em Mônaco recolocou o inglês na briga pela ponta do campeonato.
Vale lembrar que foi em 1988 quando Ayrton Senna ultrapassou Alain Prost na pista para vencer o GP do Canadá naquele ano um dos embates diretos mais intensos entre os companheiros de equipe de McLaren – e o brasileiro acabou ficando com o título. Será que Piastri ou Norris terão este momento de disputa direta pela vitória em Montreal?
Ayrton Senna venceu duas vezes o GP do Canadá: em 1988 e 1990 (foto acima)
Paul-Henri Cahier/Getty Images
É difícil prever antes do início dos treinos, mas este será meu palpite para primeira fila: dobradinha da McLaren, com Norris na frente – para deixar a disputa ainda mais emocionante e acirrar a rivalidade com Piastri na disputa da vitória.
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