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Ancelotti dá sinais de que o Brasil já tem uma base tática para a Copa do Mundo

Ancelotti dá sinais de que o Brasil já tem uma base tática para a Copa do Mundo

Brasil 3 x 0 Chile | Melhores momentos | 17ª rodada | Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026
A Seleção Brasileira venceu o Chile por 3 a 0, no Maracanã, em uma noite que deixou claro: Carlo Ancelotti começa a desenhar uma base rumo à Copa do Mundo de 2026.
O adversário, lanterna das Eliminatórias e em processo de renovação, ofereceu pouca resistência. Mesmo assim, o Brasil demonstrou consistência: foram 22 finalizações contra apenas três do Chile e posse de bola que chegou a 70% em alguns momentos.
Carlo Ancelotti em Brasil x Chile
André Durão
O primeiro gol saiu ainda no fim do primeiro tempo: Estêvão, aos 38 minutos, marcou um belo tento e abriu caminho para que a equipe deslanchasse na etapa final. Com as entradas de Lucas Paquetá e Luiz Henrique, o time ganhou energia extra, aumentou a velocidade das jogadas e conquistou de vez a torcida carioca.
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Movimentação ofensiva foi o destaque
Antes e depois das substituições, o Brasil jogou numa espécie de “4-2-4”: Martinelli, João Pedro, Estêvão e Raphinha formaram um quarteto focado na movimentação no ataque. Essa tática já foi usada por Ancelotti nos jogos anteriores. O diferencial aqui foi a forma como cada um trocou de lados e buscou jogadas de toque curto, o famoso “2-1”.
Estêvão partia do lado direito e muitas vezes buscava o meio. Martinelli partia da esquerda. João Pedro, jogador que nasceu para o mundo em 2025, foi um nove que podia vestir a dez, dada a forma como clareou jogadas com o passe. Ele participou diretamente da triangulação que terminou no primeiro gol de Estêvão.
Ataque do Brasil: móvel e rápido, com quatro jogadores próximos ao gol
Reprodução
Defesa que sustenta o ataque: lateral-base e dupla definida
Que o ataque é rápido e “faz fumaça”, sabemos. Mas o trabalho de um treinador está nos mínimos detalhes. Afinal, o Brasil de Dorival também tinha quartetos ofensivos…
A diferença é que Ancelotti tem uma estrutura tática na defesa que sustenta esse ataque e permite que o Brasil não sofra contra-ataques e também não fique muito tempo sem a posse. Tudo começa em Douglas Santos, que é um lateral-base: ele forma uma linha com os dois zagueiros na saída de bola e busca ficar mais atrás, defendendo, como você vê na imagem.
Saída sustentada com um lateral marcou os momentos do Brasil na defesa
Reprodução
Casemiro e Bruno Guimarães não são nem primeiro, nem segundo volante: os dois jogam na mesma linha e posição. A função tática dois dois é fundamental: eles ocupam o meio e evitam que um atacante volte lá de trás e venha buscar a bola no pé, esvaziando o ataque.
Posicionados ao meio, fazem o papel de ligação e ajudam a defesa a pressionar e retomar a posse de bola.
Casemiro e Bruno Guimarães foram fundamentais para o ataque ficar na frente
Reprodução
Essa saída com um lateral na base e dois volantes mais fixos era vista no Real Madrid de Ancelotti a todo momento. Como treinador camaleão que é, ele usa isso com adaptações: Wesley, lateral extremamente ofensivo e rápido, jogou bem avançado na dupla com Estêvão. Nos momentos que o Chile estava muito pressionado e não oferecia perigo, Douglas podia apoiar
Perceba que as coisas não são estáticas, fincadas em pedra…o mais importante é o conceito: se um lateral apoia, o outro fica. Se Bruno Guimarães decide avançar até a área, Raphinha dá proteção junto a Casemiro.
Ge tv analisa volta de Paquetá que marca gol 40 segundos depois de entrar em campo
O Brasil tem uma base tática. Uma base de conceitos de jogo.
Claro que todos queremos saber os nomes na lista, quem será convocado, quem iremos reclamar. Mas ter um estilo mais sólido é, muitas vezes, o que vai definir quem melhor casa com Ancelotti ou não.
Se tem um jogador que realmente deu match com a Seleção em 2025, foi Raphinha. Do quarteto ofensivo, ele era o mais “meia”: o único que buscava a bola a todo momento, mas não no pé dos volantes. Raphinha replicou sua função do Barcelona com Hansi-Flick ao ser um “ponta-de-lança”: extremamente móvel, ele jogava nos espaços vazios na frente da defesa chilena e fazia o jogo girar ao ataque.
Raphinha cravou seu lugar como o mais meia dos atacantes
Reprodução
Em muitos bons momentos, foi João Pedro que buscava essa função e Raphinha se mandava ao ataque.
Fazia tempo que a Seleção não oferecia tantas boas notícias em uma mesma partida. A vitória por 3 a 0 sobre o Chile no Maracanã não foi apenas um resultado esperado contra um adversário fragilizado. Um recado de que há vida, ideia e material humano para sonhar.
Paquetá, que entrou no segundo tempo, mostrou que tem qualidade e repertório para seguir no projeto até a Copa. Luiz Henrique, por sua vez, foi mais do que um sopro de energia: transformou o ritmo do jogo e deu ao torcedor aquela sensação de novidade boa, de jogador que pode se firmar entre os protagonistas.
A análise da vitória do Brasil sobre o Chile
Se a questão não é mais de geração e tampouco de comando técnico, a perspectiva é animadora. O Brasil tem em mãos uma equipe jovem, veloz e ofensiva, que precisa ser testada contra rivais mais duros e em ambientes de maior pressão. O desafio agora é lapidar esse grupo para que não seja apenas promissor, mas competitivo em alto nível.
O cenário também sugere uma mudança simbólica: talvez não haja um Neymar para concentrar as responsabilidades, mas existe um coletivo disposto a dividir protagonismo.
É nesse equilíbrio entre talentos que está a chave para um Brasil que pode voltar a sonhar com sua sexta Copa do Mundo.
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