Portão derrubado e porteiro solidário: veja como foi invasão de chilenos ao Maracanã em 2014

Mansur sobre Brasil x Chile: “uma partida em que o Brasil vai ter muito a posse de bola”
O grito “Chi-Chi-Chi le-le-le” voltará a ser entoado no Maracanã nesta quinta-feira, em duelo contra o Brasil, pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. O confronto traz à tona memórias do Mundial de 2014, quando o estádio foi tomado pela torcida chilena em vitória sobre a Espanha por 2 a 0, em jogo marcado por uma invasão dos sul-americanos e uma boa dose de caos.
O ge lembra os detalhes daquele 18 de junho, do qual o bairro na Zona Norte do Rio de Janeiro guarda memórias do quebra-quebra dentro do estádio, com pessoa detidas, e de torcedores sem ingresso que assistiram ao jogo atrás das grades de uma portaria.
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Chilenos invadem o Maracanã na Copa de 2014
Julian Finney/Getty Images
Espanha e Chile deixariam o Maracanã completamente vermelho na segunda rodada da fase de grupos da Copa de 2014. Campeões mundiais quatro anos antes, os espanhóis voltavam ao Rio menos de um ano depois do vice na Copa das Confederações, em 2013, também no Maracanã.
Era também o primeiro brilho de uma geração chilena que venceria duas edições da Copa América nos anos seguintes. O Chile chamou a atenção e não deu chances para a Espanha, vencendo por 2 a 0. Antes do jogo, os chilenos dominaram o bairro do Maracanã e causaram muita confusão.
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Um bairro vermelho
Espanhóis e chilenos deixaram o bairro do Maracanã vermelho. As ruas ao entorno do estádio estavam fechadas somente para quem tivesse ingresso e também para moradores. Bares próximos uniam-se em uma só música: “Chi-chi-chi le-le-le”.
Torcida do Chile no Maracanã antes de jogo contra a Espanha na Copa do Mundo de 2014
Metin Pala/Anadolu Agency/Getty Images
Ao todo, 74.101 pessoas foram ao Maracanã para assistir ao jogo. Não era difícil separar as camisas e entender quem estava de cada lado. Se havia festa, era do Chile.
Na rodada de abertura do Grupo B, o Chile venceu a Austrália por 3 a 1 na Arena Pantanal, em Cuiabá. A Espanha, campeã em 2010 e vice da Copa das Confederações de 2013 naquele mesmo Maracanã, estreou com um inesperado 5 a 1 para a Holanda na Fonte Nova, em Salvador.
Esse era o segundo jogo que o Maracanã recebia na Copa. Antes, também foi palco do 2 a 1 da Argentina sobre a Bósnia e Herzegovina. Na última vez que a Espanha havia entrado naquele gramado, o cenário do lado de fora era de puro caos.
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Manifestantes protestam nos arredores do Maracanã na final da Copa das Confederações de 2013
Kim Badawi Images/Getty Images
No dia 30 de junho de 2013, a final da Copa das Confederações acontecia enquanto cinco mil pessoas protestavam contra a corrupção e contra a concessão do Maracanã à iniciativa privada. O ato começou pacífico, mas contou com momentos de confronto entre manifestantes e policiais. De acordo com a polícia, manifestantes lançaram bombas artesanais, pedras e objetos na barreira policial. Os policiais reagiram com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, que também entraram em casas na região.
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Mais confusão
Assim como no ano anterior, mais um jogo de seleções no Maracanã contou com confusão do lado de fora. Dessa vez, o quebra-quebra não foi por conta de uma manifestação, mas sim por uma invasão.
Por volta das 15h, uma hora antes do início da partida, mais de 100 torcedores chilenos invadiram o centro de imprensa do Maracanã. Eles forçaram as grades no Portão 9 do estádio, na entrada B, e entraram pelo estacionamento, que abrigava a sala de imprensa, com um rastro de destruição.
Chilenos invadem o Maracanã na Copa de 2014
Julian Finney/Getty Images
Paredes foram derrubadas e vidros foram quebrados. Alguns dos invasores chegaram ao gramado, e um número menor atingiu a arquibancada. Cinco pessoas ficaram feridas na confusão. Outra invasão, menor, já havia acontecido no jogo da Argentina, três dias antes.
A polícia conteve grande parte dos invasores na sala de imprensa, e 85 torcedores foram detidos.
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Chilenos invadem o Maracanã na Copa de 2014
David Ramos/Getty Images
Sem ingresso
Enquanto 85 torcedores eram detidos dentro do Maracanã, muitos reclamavam de golpes do lado de fora. Não eram poucos os chilenos que compraram ingressos falsos e não conseguiram entrar no estádio.
A solução foi permanecer na região e encontrar uma forma de assistir ao jogo. Um porteiro de um prédio na esquina das ruas Professor Eurico Rabelo (setor sul do Maracanã) e Visconde de Itamarati colocou uma televisão virada para os chilenos, que assistiam na telinha e escutavam os gritos do estádio.
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Chilenos sem ingresso precisaram assistir a Chile 2×0 Espanha em portaria no Maracanã
Arquivo Pessoal
Invasão, quebra-quebra, jogo na portaria… nada disso impediu a vitória da seleção chilena. Vargas e Aránguiz marcaram ainda no primeiro tempo para o 2 a 0 que eliminou a Espanha da Copa de 2014. O Chile caiu para o Brasil nas oitavas de final.
Desde a vitória sobre a Espanha, em 2014, o Chile disputou mais duas partidas no Maracanã e só perdeu. O primeiro jogo no estádio depois da Copa do Mundo foi em 2019, quando o Uruguai venceu por 1 a 0 na fase de grupos da Copa América. Depois, em 2022, o Brasil venceu os chilenos por 4 a 0 nas Eliminatórias para a Copa do Catar.
Nesta quinta-feira, às 21h30, a seleção chilena volta ao estádio já sem chances de avançar à Copa de 2026. O Brasil, classificado, busca a primeira vitória com Carlo Ancelotti no Maracanã. geRead More