Governo de Gabriel Boric modifica o cargo de primeira-dama no Chile e é forçado a recuar
Após críticas e enxurrada de memes, gabinete criado com nome de Irina Karamanos, companheira do presidente, é revogado. Gabriel Boric, presidente do Chile, e sua namorada Irina Karamanos
Reprodução/Instagram/Gabriel Boric
Companheira do presidente Gabriel Boric nos últimos três anos, a socióloga Irina Karamanos defendeu, durante a campanha, reformular o papel da primeira-dama chilena, que ela relutou em aceitar. Pretendia dar um toque mais contemporâneo e despersonificado ao cargo protocolar. O governo criou, então, uma nova instituição com poderes ministeriais denominada Gabinete Irina Karamanos para substituir as funções de primeira-dama. E imediatamente deu munição a seus opositores.
Mais personalista, impossível. Na tentativa de repensar o cargo e imprimir a ele a sua visão feminista, Irina, de 32 anos, se viu transformada no principal alvo de memes. Foi chamada de imperatriz e egocêntrica, para citar apenas algumas das denominações usadas para ridicularizá-la. Num dia de troças, as ex-primeiras-damas passaram a ser referidas como “ex-Irina Karamanos da República”.
A oposição entrou com um requerimento na Controladoria Geral da República, tachando a medida de inconstitucional e abuso de poder. O governo achou por bem recuar e admitir o erro administrativo como imprevisto.
Em novo decreto, o Palácio de La Moneda substituiu o Gabinete Irina Karamanos pelo de Coordenação Sociocultural da Presidência da República – denominação semelhante à dada ao cargo durante o governo de Michelle Bachelet.
Boric: de líder estudantil a alvo de protestos pela educação
No centro das críticas, Irina, que é considerada a mentora de Boric em sua decisão de concorrer à Presidência, veio a público pelo Twitter. “Com a convicção de que não queremos que o nome em uma resolução nos afaste das profundas mudanças que estamos promovendo, a resolução foi alterada. Nosso principal interesse é avançar nas transformações para o papel com o qual nos comprometemos”, publicou em sua conta.
O escândalo não teve graves consequências, constará como folclore do governo de esquerda protagonizado pelo mais jovem presidente do Chile. Mas seus opositores demonstraram que não vieram a passeio.g1 > MundoRead More