Principal marca de cigarro eletrônico nos EUA é banida do país
Os produtos da Juul afetados incluem o dispositivo vaporizador e suas cápsulas, que atualmente são vendidos em sabores de tabaco Virginia e mentol, com concentrações de nicotina de 5% e 3%. Cigarro eletrônico: vaporizador de 1,5 mil tragadas seria equivalente a cinco maços
Os produtos da marca de cigarros eletrônicos Juul Labs devem ser retirados do mercado dos Estados Unidos. O órgão público responsável por aprovar alimentos e remédios no país (FDA, na sigla em inglês) anunciou a decisão nesta quinta-feira (23).
Para o FDA, a Juul Labs não deu respostas a preocupações de segurança sobre seus produtos.
Esta medida “é um avanço adicional no compromisso da FDA para garantir que todos os produtos de cigarros eletrônicos e sistemas eletrônicos de fornecimento de nicotina que são comercializados produtos cumpram com nossos padrões de saúde pública”, disse o comissário da entidade, Robert Califf, em um comunicado.
A Juul Labs anunciou que vai recorrer da decisão FDA.
“Não estamos de acordo com as descobertas e com a decisão da FDA. Continuamos acreditando que fornecemos informações suficientes e dados baseados em pesquisas de alta qualidade para abordar todas as questões levantadas pela agência”, disse em um comunicado o diretor de regulamentação da Juul, Joe Murillo.
“Pretendemos buscar uma suspensão e estamos explorando todas as nossas opções sob os regulamentos e as leis da FDA, entre elas a apelação da decisão e a participação de nosso regulador”.
A medida abre o caminho para que as marcas rivais do setor aumentem sua participação no mercado.
Os produtos afetados incluem o dispositivo vaporizador Juul e suas cápsulas, que atualmente são vendidos em sabores de tabaco Virginia e mentol, com concentrações de nicotina de 5% e 3%.
Depois de concluir uma revisão de dois anos da aplicação de mercado da empresa, a FDA observou que os dados enviados “não tinham evidências suficientes sobre o perfil toxicológico dos produtos”.
“Em particular, algumas das descobertas do estudo da empresa levantaram preocupações devido a dados insuficientes e contraditórios, inclusive em relação à genotoxicidade e lixiviação de produtos químicos potencialmente nocivos das cápsulas com ‘e-líquidos’ patentados pela empresa”, acrescentou.
A Juul foi responsabilizada por um aumento no hábito do uso de ‘vaping’ entre os jovens, por sua comercialização de cigarros eletrônicos com sabor de frutas e doces, que parou de vender em 2019.
Em janeiro de 2020, a FDA considerou ilegal a venda de cigarros eletrônicos com sabores que no sejam tabaco ou mentol, a menos que o Estado a autorize especificamente.
Reprodução de vídeo que mostra um cliente de vape
Reprodução GloboNews
A agência aprovou alguns produtos relacionados a cigarros eletrônicos de outros fabricantes, como Reynolds American, atual líder de mercado, NJOY e Logic Technology Development.
Por sua parte, a Juul argumentou que seus produtos podem proporcionar uma solução aos efeitos nocivos à saúde dos cigarros convencionas.
Os produtos da Juul “existem apenas para que os fumantes adultos façam a transição de cigarros combustíveis”, disse o presidente-executivo, KC Crosthwaite, no site da empresa, acrescentando que está “trabalhando duro” para reconstruir sua reputação após uma “erosão de confiança nos últimos anos”.
Redução de nicotina
Na terça-feira, o governo dos EUA anunciou que vai desenvolver uma nova política para exigir que os produtores de cigarro reduzam o nível da nicotina a níveis não-viciantes.
Proibidos no Brasil
No Brasil, os cigarros eletrônicos são proibidos desde 2009. Ainda assim, os produtos estão à venda em comércios. A Associação Médica Brasileira estima que 650 mil pessoas fumem com esses dispositivos, a maioria jovens.
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