Torcedor do Botafogo diz que foi agredido ao questionar guarda sobre violência: ‘Estava alterado’
‘Só falei: ‘Que isso, brother, tá batendo nas pessoas à toa’, disse o torcedor, que é faixa preta de boxe tailandês e não reagiu ao ser agredido com um soco no rosto e 3 pancadas de cassetete nas costas Torcedor do Botafogo é agredido em confronto com a Guarda Municipal
Um dos torcedores agredido por um guarda municipal na saída do Estádio Nilton Santos, na Zona Norte do Rio, contou ao g1 que apanhou ao tentar conversar com o agente quando estava saindo do estádio e o viu agredindo as pessoas.
Vídeos gravados na noite de quarta-feira (23) mostram uma confusão na saída do estádio e um dos guardas agredindo – sem ser ameaçado – ao menos dois torcedores.
Um deles foi o supervisor de logística André Moisés, que procurou a Ouvidoria da Guarda Municipal e fez um boletim de ocorrência na 24ª DP (Piedade) contra o agente público nesta sexta-feira (25).
– Eu estava saindo, vi que ele estava batendo, eu só falei :’Que isso, brother, tá batendo nas pessoas à toa’. Ele se afastou e me deu três cassetadas. Alterado, ele saiu, bateu nas pessoas, e eu fiquei parado olhando aquilo tudo- conta ele.
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A confusão foi após a goleada, por 5 a 0, do time sobre o Peñarol pela Copa Libertadores. O homem aparece no vídeo gravado por uma câmera de segurança em primeiro plano, de costas, usando um chapéu preto e com as mãos para trás.
Antes de ser hospitalizado, torcedor é socorrido por torcedores
Reprodução
André é agredido em dois momentos: primeiro, com o cassetete nas costas; depois, com um soco no rosto.
André, que é lutador e faixa-preta de boxe tailandês, em nenhum momento revida ou se altera, de acordo com as imagens e seus relatos.
– “Ele falou: ‘sai daqui’. Eu coloquei a mão pra trás, para ele não falar que eu estava oferecendo perigo pra ele, e ele me deu um soco na cara. Lá na bilheteria, ele veio atrás de mim e me deu nas costas [com o cassetete], onde machucou meu ombro e eu precisei ir para o hospital – relata.
Outro homem agredido após Botafogo x Peñarol
Reprodução
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Antes de receber o soco, André observava o exato momento em que outro torcedor era brutalmente agredido com o cassetete do mesmo guarda.
O vídeo, gravado em uma rua ao lado do estádio, mostra que muitos botafoguenses estavam com a mão para o alto e não aparece ataques aos guardas.
Um dos torcedores, o motorista de aplicativo George Soares Jonard, aparece de camisa cinza nas imagens e conversa com um dos guardas, com os braços para o alto e abertos. Não há, nas imagens, nenhum esboço de agressão por parte dele e também não é possível saber o que os dois falam.
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Guarda municipal é afastado após agredir torcedor na saída de Botafogo x Peñarol
Reprodução
O guarda chega a dar um leve empurrão no homem, para afastá-lo, mas George segue andando e falando. Nesse momento, o um outro guarda entra no meio dos dois e agride o botafoguense com o cassetete no rosto. O homem desaba no asfalto, desacordado.
– Os guardas estavam tacando pimenta em todos que estavam saindo da Leste, meu dindo ficou revoltado e foi pedir pra pararem. Foi lá e deu um cassetete no meu dindo, e ele desmaiou – relatou um familiar de George.
Outras imagens mostram ele com a bochecha muito inchada e sangrando, desorientado. George, de 46 anos, foi levado para o interior de um condomínio, onde cuspiu muito sangue.
Após ser socorrido por torcedores, ele foi levado para o Hospital Salgado Filho, onde estava internado até a noite de sexta-feira (25). O estado de saúde dele era estável.
Torcedor está internado após ser agredido por guarda municipal na saída de jogo do Botafogo; agente é afastado
Reprodução
– Isso devia ser cobrado criminalmente. Ele foi o mais covarde de todos, agrediu várias pessoas, inclusive mulheres. A guarda sequer ligou para o rapaz. Ele poderia ter morrido – afirma um dos torcedores que ajudou o ferido e não quis ser identificado.
Segundo ele, a agressão começou por causa da aglomeração de botafoguenses.
“Os torcedores estavam saindo da arquibancada da Leste e, como em qualquer jogo, paravam na rua pra comemorar. A Guarda, de forma covarde, começou a bater pra dispersar a galera numa rua que estava fechada para carros. Foi uma covardia sem a menor necessidade por parte da Guarda Municipal.”
– Aquilo foi tentativa de homicídio. Bater com um cassetete no rosto de uma pessoa com a força que foi, surreal. Sem o menor motivo – diz a testemunha.
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