Retrofit da Ilha do Retiro: saiba prazo estipulado, valores e como o Sport viabiliza recursos para a obra
Com aprovação unânime do Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU), direção rubro-negra intensificará as buscas por parceiros para dar início ao processo de modernização do estádio Yuri Romão é reeleito com 82,67% dos votos e confirma Pepa em 2025
Com a aprovação unânime do Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU), o plano do Retrofit Complexo da Ilha do Retiro avançará a um novo patamar em 2025.
O clube trabalha para que o próximo ano seja o de viabilizar financeiramente o projeto para que, em 2026, as obras sejam iniciadas. E elas serão não apenas no estádio, mas em todo espaço que envolve ginásio e quadras, piscinas, etc – à exceção da sede do clube, imóvel tombado.
O presidente do clube, Yuri Romão, e o vice-presidente financeiro, Bruno Schwambach, detalharam o planejamento para o andamento do retrofit. Estima-se que o custo da obra seja de aproximadamente R$ 620 milhões.
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Projeto de reforma da Ilha do Retiro, estádio do Sport
Divulgação
Estádio inaugurado em 1937, a Ilha do Retiro já atravessou uma série de obras ao longo das últimas décadas. A última, neste ano, com reforma de vestiário, gramado, iluminação, entre outros pontos, custou aproximadamente R$ 10 milhões.
O masterplan mostra que o clube busca agora construir um amplo complexo nos 101 mil metros quadrados da Ilha do Retiro, com um estádio modernizado, mas também lojas e salas comerciais, na grande maioria alocadas na torre comercial com 35 pavimentos prevista para ser erguida.
A reforma do estádio custaria aproximadamente R$ 170 milhões, enquanto outros cerca de R$ 450 milhões seriam destinados para o complexo esportivo.
Sport: Yuri Romão ao lado de Bruno Schwambach, em entrevista sobre o retrofit da Ilha do Retiro
Daniel Leal/ge
Mas como o Sport pretende viabilizar uma obra com o custo tão elevado?
– A nossa ideia é que a gente possa conseguir um parceiro financeiro, um fundo de investimento, um investidor que possa fazer um aporte nesse veículo que vai ser criado, desse masterplan, desse complexo, para fazer esse investimento todo, investimento na reforma do estádio, investimento nos equipamentos que vão ser feitos aqui, do empresarial, do ginásio multiuso… – explicou Bruno Schwambach.
– E que esse parceiro possa explorar o uso dessas áreas, alugando para terceiros, gerando receita em cima do que vai ser implementado. Essa receita é que vai remunerar o investimento que ele vai fazer ao longo de alguns anos, 20 anos, 30 anos, isso vai depender da modulação financeira que nós estamos trabalhando em paralelo – complementou.
Projeto de retrofit da Ilha do Retiro tem imagens vazadas; Sport confirma
Reprodução/Twitter
Desde 2023, o Sport “incursiona pela Faria Lima”, coração financeiro de São Paulo, a fim de ouvir interessados no projeto. Houve interesse em 100% do mercado, garante Yuri Romão, mas agora, com o plano aprovado na Prefeitura do Recife, a tendência é que o financiamento seja concretizado.
– Nós já fomos duas vezes em São Paulo. Nós temos mantido contato. Mas uma coisa é você vender uma ideia. Outra coisa é você vender um projeto aprovado, com orçamento, toda a organização e tudo – reforçou, otimista, Schwambach.
Importante destacar que o Sport não considera a hipótese de venda do patrimônio. O clube reforça que a cessão se dará apenas por aluguéis.
O ge apurou que direção rubro-negra também não descarta que, eventualmente, a reforma possa ser incluída num acordo pela SAF. Neste contexto, o investidor bancaria a reforma e teria direito a explorar as áreas do empreendimento durante um tempo a ser definido entre as partes.
Ilha do Retiro antes de Sport x Santos
Alessandro Manaro
O prazo para início das obras na Ilha do Retiro
Não existe ainda um prazo em concreto para que o complexo da Ilha do Retiro sofra a intervenção. Porém, caso a gestão rubro-negra consiga viabilizar um investidor ao longo de 2025, a tendência é que as obras sejam iniciadas no ano seguinte.
– A gente tem essa vontade de, o mais breve, o mais rápido possível, sair do papel. Mas projetos de desenvolvimento imobiliário são projetos de longo prazo. O que fizemos até aqui foi primeira etapa. O que é possível com Prefeitura do Recife (via CDU). A segunda etapa é o projeto executivo – disse Schwambach.
– E se tudo der certo, imagino que a partir de 2026 a gente pode ter um cronograma efetivo. E dizer: eu tenho um projeto, eu tenho um parceiro. Vai ser assim. E com o parceiro conosco, vamos anunciar quando é que seria o início. E um cronograma de como seriam feitas as obras – complementou.
A capacidade da “nova” Ilha do Retiro
O projeto atual prevê a modernização do estádio rubro-negro com cobertura e aumento da capacidade para 35.225 espectadores nas arquibancadas (que receberão cadeiras, além de 220 camarotes), com a construção de um anel que cobre a quase toda a parte superior do estádio.
Perguntado por que a gestão não optou por um estádio maior, ou por demolir o atual para a construção de uma nova arena, Yuri Romão explicou que uma série de fatores foram levados em consideração.
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“Primeiro que a legislação do município não ia permitir. Além disso, apenas o custo desse estádio iria para a casa dos R$ 600 milhões, R$ 700 milhões. Outro ponto: o lapso temporal (da obra) seria muito maior”, justificou.
– “Ah, tem que sair de 35 para 50 mil, 60 mil”. Dificilmente esse projeto a gente ia conseguir tirar do papel, pelo menos da concepção – reforçou o presidente.
– A gente não achou que seria economicamente viável a gente derrubar e fazer tudo do zero, porque a conta não fechava, e que a gente queria aproveitar o que está aí. Então, aproveitar aí é pegar essa estrutura e aproveitar o máximo que ela pode e ver que capacidade isso vai dar. Então, isso é o que vai ser feito – complementou Schwambach.
Arena para 45 mil pessoas projetada na última década não saiu do papel
Divulgação/Sport
Apenas um pedaço do futuro anel superior da Ilha do Retiro não será fechado. O visual do estádio divulgado no masterplan, porém, não é o definitivo e ainda poderá sofrer mudanças ao longo dos próximos meses.
– Infelizmente, a gente não consegue fazer a ligação do anel inteiro, porque a gente está colado na rua. Então, quando você vê aquelas imagens que aparecem daquele jeito, é porque aquela parte a gente não consegue acrescentar, porque ela está para a rua, e aí a gente não conseguiria aprovar na Prefeitura – explicou Schwambach.
Em 2011, quando chegou a fazer um projeto para a construção de uma arena multiuso, o Sport estimava um gasto de R$ 400 milhões somente no estádio que teria capacidade para 45 mil torcedores. O projeto, que tinha a construtora Engevix como parceiro, não avançou.
Histórico sapotizeiro que é símbolo do clube será preservado, diz projeto
Divulgação
Projeto prevê nova via pública
Por fim, vale dizer que o Sport doará um terreno de aproximadamente 3,6 mil m² para a construção de uma nova via que conectará a Rua Tabaires à Avenida Beira-Rio, passando pelo atual campo auxiliar e quadras de society.
– E da forma como foi elaborado o projeto, criando uma nova alternativa e uma via que faça essa interligação, a cidade ganha ainda mais. Então, o projeto, ao invés de trazer um impacto negativo de vizinhança, ele traz um impacto positivo. O trânsito vai melhorar – garante Schwambach.
O masterplan do Sport também prevê a construção de um estacionamento coberto.
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