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‘Não teve apoio do partido’, ‘política peruana é um caos faz tempo’: veja análises da tentativa de golpe no Peru

Pedro Castillo impôs toque de recolher e anunciou a dissolução do Parlamento, que optou por continuar a votação do impeachment. Ele foi destituído e o Congresso convocou Dina Boluarte para assumir a presidência. Presidente peruano, Pedro Castillo, durante pronunciamento à população em 6 de dezembro de 2022
Arquivo/Jhonel RODRIGUEZ / Peruvian Presidency / AFP
Nesta quarta-feira (7), o presidente do Peru Pedro Castillo decretou estado de exceção e anunciou a dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições. Logo depois, Castillo foi destituído e o Congresso convocou Dina Boluarte para assumir a presidência.
Comentaristas da GloboNews analisaram a tentativa de golpe e o histórico político do país. Veja análises abaixo:
Palhaçada, caricato e cena de filme
“Política peruana é o caos já há algum tempo, mas essa tentativa de golpe é uma palhaçada, é algo até caricato. Eu assistindo aqui ao discurso dele parecia até coisa de filme querendo retratar uma república bananeira nos anos 1970”, explica Guga Chacra.
Guga Chacra: “essa tentativa de golpe é algo até caricato”
“Ele corre um sério risco de acabar no mesmo lugar que os antecessores dele, preso. […] A democracia do Peru é extremamente frágil. Há uma facilidade muito grande para tomar medidas como, por exemplo, um processo de impeachment, não é algo tão complexo como no Brasil e nos Estados Unidos”, afirma Guga.
Figura reacionária em escândalos
Ariel Palacios: Castillo é uma figura reacionária
Ariel Palacios diz que Castillo está envolvido em uma “saraivada de escândalos”.
“O fato é que a oposição tinha argumentos de sobra, no aspecto dos escândalos de corrupção envolvendo o presidente. Basicamente secretários dele, ministros, além da própria cunhada e de seus cunhados também. Há uma série de escândalos que foram surgindo nos últimos meses para os quais Castillo não conseguiu dar explicações. Meses atrás a cunhada dele estava sendo buscada pela polícia e esteve por algumas horas escondida dentro do palácio, depois escapou e se entregou mais tarde”, afirmou.
Ariel Palacios: Castillo não está tendo respaldo de seu próprio partido
Palacios contextualiza, explicando que o partido de Castillo (Peru Libre) é pequeno. “Ele entrou há pouco de mais de dois anos, é um partido político marxista, que aceitou Castillo apesar de suas posições altamente conservadoras, ultracatólico, contra a legalização do aborto. Mas Castillo não está tendo respaldo do seu próprio partido e está sendo atacado por todos os outros, tanto de direita, de centro, quanto de esquerda”, disse Palacios.
Não tem apoio para nada disso
“Isolado como ele está, vai ser difícil implementar essa solução de força. E fora a solução de força, não tem um arcabouço ali político que ele possa usar em favor dele porque não tem apoio para nada disso. Então me parece que nas próximas horas teremos muitas mudanças no Peru”, comentou Marcelo Lins.
Marcelo Lins: Castillo está isolado e vai ser difícil implementar a solução de força
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