Braithwaite, do Grêmio, adota nova dieta para acelerar recuperação; saiba como funciona
Braithwaite passa por cirurgia e deve voltar a jogar em 2026
Braithwaite adotou nova estratégia na tentativa de acelerar o retorno aos gramados no Grêmio. O centroavante dinamarquês está em uma dieta anti-inflamatória para auxiliar no pós-operatório. Ele rompeu o tendão de Aquiles da perna esquerda em setembro e está fora da temporada. Por enquanto, a previsão é que ele fique à disposição somente em abril de 2026.
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Nas últimas semanas, Braithwaite cortou laticínios, carnes vermelhas e tem focado a alimentação em carnes magras, vegetais e frutas. Conforme apurou o ge, com orientação de um nutricionista que o acompanha desde os tempos de Barcelona, ele ingere grandes quantidades de folhas verdes, inclusive na forma de chás e sucos.
Em paralelo, tem feito exercícios físicos leves, como ginástica e outros com os braços, já que segue com a perna engessada e se movimenta com o auxílio de muletas.
Braithwaite foi retirado de maca do gramado da Arena após romper o tendão de Aquiles
Liamara Polli/AGIF
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De acordo com a nutricionista Raissa Gorczevski, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, a alimentação tem relação direta com a regeneração dos tecidos do corpo.
– Quando o corpo sofre uma lesão, ele passa por um processo inflamatório natural que, sem controle, pode atrasar a cicatrização e recuperação de lesões. Cada grupo alimentar vai ser fundamental – inicia Raissa.
– Alimentos ricos em ômega-3, como salmão e sardinha, por exemplo, ajudam a modular essa inflamação, vitaminas e antioxidantes presentes em frutas e verduras coloridas protegem as células e estimulam a formação de colágeno, fundamental para reconstruir músculos e tendões, enquanto proteínas magras, como ovos, frango e leguminosas, fornecem os “blocos de construção” para a reparação dos tecidos – completa.
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Para a nutricionista Carla Haas Piovesan, professora da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUC-RS, também faz sentido o uso desse padrão alimentar, que, segundo ela, só tende a fazer bem para a saúde de uma forma geral.
– Não conheço nenhum estudo que tenha testado a dieta anti-inflamatória e que tenha observado efeito na recuperação da lesão. Mas, de uma maneira geral, como viemos estudando há algumas décadas, faz sentido que, em uma lesão, o indivíduo possa utilizar uma dieta anti-inflamatória. Só vai trazer benefício para a saúde, independente de ter lesão ou não. Inclusive, é uma ótima opção para desportistas – afirma.
O termo “dieta anti-inflamatória” não é científico, mas vem ganhando popularidade. A partir dos anos 2000, vem se falando mais disso. Doeças crônicas tem como característica em comum o processo inflamatório, que a gente chama de inflamação de baixo grau.
Braithwaite muda dieta para auxiliar na volta aos gramados
Braithwaite / Arquivo Pessoal
Como funciona a dieta anti-inflamatória?
A dieta anti-inflamatória consiste em aumentar o consumo de alimentos naturais, ricos em nutrientes e compostos bioativos com ação antioxidante e anti-inflamatória. Ao mesmo tempo, reduz o consumo de alimentos ultraprocessados e de ingredientes que favorecem a inflamação.
– Sim, a dieta anti-inflamatória funciona, especialmente quando adotada como um estilo de vida a longo prazo, não apenas por um período curto – lembra Raissa.
Gorduras boas como as do azeite de oliva e das castanhas favorecem a recuperação celular, e especiarias como cúrcuma e gengibre contribuem para reduzir dor e inchaço. Evitar alimentos ultraprocessados, açúcares e frituras protege ajuda o organismo a se concentrar nesse processo complexo de recuperação.
Mudar a alimentação também é pensar no que não comer, além de apenas adicionar novos itens ao prato. Por isso, é preciso cortar os “empacotados” e, em paralelo, colocar em prática um estilo de vida mais saudável, menos sedentário, com a prática regular de atividades físicas.
– Os ultraprocessados são aqueles com uma grande lista de ingredientes que não identificamos como alimentos, como produtos químicos, conservantes, adoçantes, aromatizantes, corantes, que podem conter alergênicos, e alimentos ricos em açúcar. Todos esses podem levar à desregulação do intestino e ativar pequenas rotas inflamatórias do organismo – explica Carla.
Braithwaite é o artilheiro do Grêmio na temporada, com 15 gols, e fez o último jogo do ano contra o Mirassol
Lucas Uebel / Grêmio / Divulgação
Saiba mais sobre a dieta anti-inflamatória
A quem é indicada?
À população em geral, mas recomenda-se em especial para pessoas com sobrepeso, diabetes, doenças cardiovasculares, com problemas gástricos, atletas. Para alterar a dieta, é fundamental o acompanhamento de profissional qualificado.
Quais alimentos podem compor a dieta anti-inflamatória?
Alimentos de origem vegetal, frutas vermelhas (morango, mirtilo, amora, framboesa), vegetais verdes escuros, chá verde, cúrcuma, gengibre, leguminosas (feijão, grão de bico, lentilha, ervilha); alimentos ricos em ômega-3 (salmão, atum, sardinha, arenque, cavala); proteínas magras (ovos, frango), nozes e castanhas.
Quais alimentos devem ser evitados?
Excesso de carnes vermelhas, alimentos empacotados ricos em açúcar, adoçantes, corantes e aromatizantes; (salgadinhos, refrigerantes, bolachas recheadas); carnes processadas (salsicha, presunto, bacon, linguiça); leite em excesso (por exemplo, somar leite no café da manhã, no queijo no pão e, à noite, jantar pizza com queijo).
Comportamentos a serem evitados?
Fumar, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, sedentarismo, períodos de sono insuficientes.
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