Dólar abre em queda com atenção voltada ao encontro entre Lula e Trump
Lula e Trump se encontrarão no domingo (26)
O dólar inicia a sessão desta quarta-feira (22) em queda. Por volta das 9h10, a moeda americana recuava 0,07%, sendo negociada a R$ 5,3860. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h.
Os mercados iniciam o dia em compasso de expectativa, com atenções voltadas à cena política e fiscal. Enquanto o governo brasileiro busca alternativas para cobrir um rombo de R$ 35 bilhões no Orçamento de 2026, investidores monitoram a possível reunião entre Lula e Trump e os desdobramentos da paralisação do governo americano.
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▶️ Os investidores acompanham com atenção a possível confirmação do encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos EUA, Donald Trump. A reunião está prevista para ocorrer no domingo (26), durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia.
▶️ Com a derrubada da MP que taxava investimentos e apostas, o governo elabora novas medidas para fechar o Orçamento de 2026. O recuo do Congresso impõe um ajuste estimado em R$ 35 bilhões, em meio à expectativa de menor arrecadação.
▶️Nos EUA, a paralisação do governo se aproxima de se tornar a segunda mais longa da história, atrasando dados econômicos como o de inflação de setembro. As tensões comerciais com a China seguem no radar, após Trump afirmar que uma reunião com Xi Jinping pode gerar um “bom acordo”, embora sem garantias.
▶️ Na agenda econômica, o destaque interno é a divulgação do fluxo cambial semanal às 14h30, enquanto, nos EUA, saem os estoques de petróleo da AIE às 11h30 e o discurso de Michael Barr, vice-presidente do Fed, às 17h.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,28%;
Acumulado do mês: +1,27%;
Acumulado do ano: -12,78%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +0,48%;
Acumulado do mês: -1,47%;
Acumulado do ano: +19,79%.
Encontro Lula-Trump
Os governos do Brasil e dos Estados Unidos confirmaram que o encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump ocorrerá no próximo domingo, durante a abertura da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia.
A reunião está sendo organizada pelos ministérios das Relações Exteriores dos dois países.
Cerca de duas semanas atrás, Lula e Trump já haviam conversado por telefone por aproximadamente 30 minutos.
O telefonema foi seguido, na última quinta-feira, por uma reunião em Washington entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário de Estado americano, Marco Rubio.
Em ambas as ocasiões, o foco principal foi a pauta econômica. O ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado, não foi mencionado.
Autoridades em Brasília avaliam que o encontro pode marcar o início de uma nova fase na relação entre os dois países, com potencial para destravar negociações comerciais e fortalecer o diálogo político.
A expectativa é que ambos demonstrem disposição para superar a pior crise em mais de dois séculos de relações bilaterais.
EUA em paralisação pelo 22º dia
O governo dos EUA chega hoje ao 22º dia de paralisação, sem sinal de acordo entre democratas e republicanos. O impasse já tornou este o segundo shutdown mais longo da história, e cresce o temor de que ele ultrapasse o recorde de 35 dias, registrado no primeiro mandato de Donald Trump.
A disputa gira em torno da renovação dos subsídios ampliados do Affordable Care Act (ACA), que expiram em breve e podem elevar os custos de saúde para cerca de 22 milhões de americanos.
Os democratas condicionam o fim da paralisação à garantia de que o Congresso aprove o prolongamento desses benefícios.
Já os republicanos, fortalecidos após reunião com Trump, recusam negociar sob o que chamam de “chantagem política”.
Enquanto isso, milhares de servidores federais se preparam para perder o primeiro salário integral desde o início do fechamento parcial do governo. Embora a lei preveja o pagamento retroativo, o próprio governo levantou dúvidas sobre o cumprimento dessa regra, ampliando o clima de incerteza.
Trump tem usado o impasse para reforçar sua agenda de redução do tamanho do Estado, afirmando que pretende cortar gastos e demitir servidores. A Casa Branca também advertiu que, se o bloqueio persistir, poderá faltar recursos para programas de assistência alimentar e até para o pagamento das forças armadas.
Com o presidente prestes a viajar para a Ásia, cresce a percepção de que o fim da paralisação ainda está distante.
Bolsas globais
Nesta terça, Wall Street tem desempenho misto, com investidores atentos à temporada de balanços. Dow Jones subiu 0,05%, S&P 500 avançou 0,06% e Nasdaq caiu 0,07%.
A montadora GM e Coca-Cola se destacaram com alta, enquanto Philip Morris e Northrop Grumman registraram quedas. Analistas alertam que lucros sólidos precisam ser acompanhados de previsões confiáveis para sustentar o mercado.
Já as bolsas europeias encerraram o pregão em leve alta, impulsionadas pelas ações de defesa, após novo encontro tenso entre Trump e Zelensky.
O setor de defesa, que havia sido pressionado na sessão anterior, liderou os ganhos, enquanto o setor industrial também teve desempenho positivo. A bolsa francesa se destacou, encerrando em nível recorde, impulsionada por empresas como Edenred, LVMH e Hermès.
No fechamento, o índice pan-europeu STOXX 600 avançou 0,21%. Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,25%, enquanto em Frankfurt o DAX teve alta de 0,29%. O CAC 40, em Paris, registrou ganho de 0,64%, e o FTSE MIB, em Milão, valorizou-se 0,60%. Em Madri, o IBEX 35 recuou 0,39%, e em Lisboa, o PSI20 teve queda de 0,64%.
Na Ásia, as ações fecharam nesta terça-feira a maior alta em seis semanas, impulsionadas por sinais de abrandamento das tensões comerciais com os Estados Unidos e balanços corporativos positivos.
O índice de Xangai fechou em alta de 1,36%, enquanto o CSI300, que reúne as maiores companhias de Xangai e Shenzhen, subiu 1,53%. Em Hong Kong, o Hang Seng teve alta de 0,65%. Em Tóquio, o Nikkei valorizou 0,27%, e Seul, 0,24%.
No Japão, o iene desvalorizou após a eleição da conservadora Sanae Takaichi para ser a nova primeira-ministra, o que a tornou a primeira mulher a ocupar o cargo na história do país.
Notas de dólar.
Dado Ruvic/ Reuters
*Com informações da agência de notícias Reuters.g1 > EconomiaRead More


