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Jacy revela vínculo profundo com o Coritiba em meio a dor pela morte da mãe: “Aqui, eu estou em casa”

Jacy revela vínculo profundo com o Coritiba em meio a dor pela morte da mãe: “Aqui, eu estou em casa”

Exclusivo: Jacy fala sobre trajetória e onde que estar no ano que vem
Em uma entrevista emocionante ao Globo Esporte Paraná (assista acima!), o zagueiro Jacy abriu o coração para falar sobre o vínculo profundo e a gratidão que sente pelo Coritiba, clube pelo qual está perto de um dos grandes objetivos na carreira: o acesso à Série A do Brasileiro.
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Contratado em maio, logo após levantar a taça de campeão paranaense pelo Operário-PR, Jacy reforçou o desejo de permanecer no Alto da Glória e continuar a trajetória com a camisa do Coxa.
— Eu criei um vinculo muito grande aqui no Coritiba. Estou na minha casa aqui, onde gosto de ficar, gosto de chegar mais cedo para admirar o clube, valorizar cada cantinho que tem aqui. Eu pretendo ficar aqui. Foi um clube que me abriu as portas para que todos pudessem conhecer quem é o Jacy — disse o zagueiro, de 28 anos.
Jacy, volante do Coritiba
Everton Franco/RPC
A declaração de amor ao Coritiba veio em um contexto de luto recente. A mãe dele, Antônia Claudia, faleceu aos 51 anos de idade após uma luta intensa contra o câncer. Jacy revelou que, apesar de se manter ativo e conversando, carrega um “vazio que nunca vai ser preenchido”. Ele a recorda como uma pessoa “guerreira” e “trabalhadora”, que foi a base de todo o seu ensinamento, educação e respeito.
— Foi estranho descobrir que ela estava com câncer, porque é muito difícil curar 100%. Até na postagem que eu fiz, disse que ela tinha curado, mas voltou e foi difícil a quimio. Ela sofreu muito, estava acabada, desgasta. Depois do jogo contra o Avaí, soube que ela estava hospitalizada, e o médico me falou que estava com câncer no pulmão. Eu não sabia, e aí me pegou de um jeito que fiquei sem chão. O médico disse para eu entender o momento dela e explicou os motivos de ela não querer me contar. Eu respeitei, porque poderia ser o último momento que eu veria ela (com vida), e realmente foi — falou Jacy.
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Jacy, volante do Coritiba
JP Pacheco/Coritiba
O impacto da perda é sentido de forma intensa, como na falta de uma simples mensagem matinal: “filho como está o meu neto?”. Dentro de campo, no entanto, Jacy encontra um novo sentido: a energia da mãe. O zagueiro descreve um momento de profunda emoção no velório, sentindo uma energia de felicidade e gratidão vinda dela, transformando a dor em força.
— Dentro de campo, quando entro em campo, sinto a energia dela. Sempre tive esse sentimento, mas agora vai ser ainda mais — completou.
Com a memória de Antônia Claudia sendo a sua maior inspiração na reta final da Série B, Jacy estará em campo no domingo, às 20h30 (de Brasília), contra o Paysandu, na Curuzu. Com 61 pontos, o Coritiba é o líder e tem chance de confirmar o acesso já nesta rodada. Para isso, precisa vencer e torcer por pelo menos um tropeço do rival Athletico ou do Criciúma.
Exclusivo: Jacy fala sobre expectativa em reta final de Série B
Leia outros trechos da entrevista com Jacy:
Legal? Sensacional!
— É muito bacana (esse carinho), sempre foi uma brincadeira no vestiário depois do jogo contra CRB, que logo em seguida era meu aniversario. O Everaldo fez essa brincadeira, viralizou, e até os torcedores brincam. Eles (jogadores) falam, depois eu falo que sou sensacional (risos). Toda vez que tem aniversário, o Everaldo bate parabéns e depois faz alguma brincadeira.
O que ele foca em campo
— O meu diferencial sempre foi respeitar muito entre as quatro linhas, sempre respeitei, com muita entrega e disposição de ajudar o companheiro. Não é só jogar bem, mas sim que possa comemorar vitórias e fazer jogos memoráveis. Esse sempre foi o meu diferencial.
Carisma
— Agora eu me considero, sim, carismático. Eu me entrego ao máximo dentro de campo, e o torcedor vê isso e sempre vai me ver sorrindo, brincando e fico feliz por isso. Por onde passo, eu sou bem lembrado, primeiro dentro de campo. Fico muito feliz de ter chegado aqui, e não esperava ser tão rápido (esse reconhecimento). Estava jogando de volante no Operário e agora jogando de zagueiro aqui e de ter se encaixado assim ao lado do Maicon, grato pelo carinho da torcida.
Parceria com Maicon
— Desde que eu cheguei aqui a gente se deu muito bem e foi tendo uma boa relação. Eu falei para ele: ‘O Maicon, eu te vi jogando no São Paulo, com uma carreira bonita e sólida’. Ele respondeu que eu posso chegar também a jogar em vários clubes. Ele foi muito amigo, de sair junto para almoçar, o cara que no aeroporto sempre paga o café porque tem mais dinheiro (risos). Depois que ele ficou sabendo da minha mãe, me disse para a gente orar junto. É uma relação que ficou além do campo e dentro de campo sempre me ajuda muito. Eu brinco com ele, me ajuda aqui que eu corro por você, Maicon (risos).
Jacy, volante do Coritiba
JP Pacheco/Coritiba
União do elenco
— É um grupo que todo mundo se respeita e está pensando no objetivo. É como uma família, que tem atrito para melhorar, mas respeito, carinho sempre muito grande para todo mundo trilhar o mesmo objetivo.
Rendimento defensivo
— Acho que é muito trabalho. O Mozart vem de seis anos jogando na Itália, sistema defensivo sempre forte, não só eu, o Pedro Morisco, o Maicon… O sistema defensivo começa lá na frente. Os atacantes fazem pressão, eles fazem o jogo sujo e conseguimos sair mais limpo com a bola. É uma sina muito louvável esses 20 jogos sem sofrer gol, defesa menos vazada, e o Mozart cobra muito, fica bravo quando tomamos gol e sempre está puxando a corda, deixando a gente muito atento. O segredo é o trabalho e pode até ser clichê, mas se você trabalha muito, pode não estar na perfeição, mas fica muito perto dela.
Papo com Mozart
— Eu dei trabalho para ele (Mozart) quando jogava contra e brinco que ganhei vários jogos dele. Ele foi um cara que quando eu chego aqui, vem e fala que me conhece desde a base e disse que sabe que posso jogar tanto de volante quanto zagueiro. Foi surpreende (atuar na zaga) porque ele falou que poderia usar, mas não imaginei que seria tão rápido assim. Eu prefiro ser curinga (risos). Onde o professor achar que eu me adapto melhor pode me colocar. O que eu quero é estar jogando.
Objetivo principal
— O cenário ideal é colocar o time na primeira divisão. O clube quer isso, o torcedor quer isso, a gente sonha, claro, e tem ambição de várias coisas, mas o nosso objetivo maior vai ser colocar o time na Série A, e se o título vier será uma consequência boa. Para isso, a gente pensa sempre no dia a dia, no jogo a jogo, para colocar o Coritiba na Série A.
Amor ao Coritiba
— Espero cumprir meu contrato aqui, porque pela situação que passei recentemente, vi o apoio. Tenho respeito e gratidão. Eu criei um vinculo muito grande aqui no Coritiba. Estou na minha casa aqui, onde gosto de ficar, gosto de chegar mais cedo para admirar o clube, valorizar cada cantinho que tem aqui. Eu pretendo ficar aqui. Foi um clube que me abriu as portas para que todos pudessem conhecer quem é o Jacy.
“Xodó” da torcida Coxa, Jacy é formado na base do rival Athletico
A morte da mãe
— Eu estou bem. Assim, aparentemente, estou bem, conversando brincando, mas é um vazio que nunca vai ser preenchido mais. Mãe é mãe, eu sempre falava isso, mas é única. Eu até brinco que poderia ser eterna. Ainda é estranho acordar cedo não receber uma mensagem: ‘filho como está o meu neto?’. Minha mãe sempre foi muito guerreira, trabalhadora, tralhava na fábrica de bolachas em Goiânia, saía cedo de casa e chegava às 10 horas da noite. Todo ensinamento, educação e respeito que tenho, foi sempre ela que me ensinou. Foi estranho descobrir que ela estava com câncer, porque é muito difícil curar 100%. Até na postagem que eu fiz, disse que ela tinha curado, mas voltou e foi difícil a quimio. Ela sofreu muito, estava acabada, desgasta. Depois do jogo contra o Avaí, ela estava hospitalizada, e o médico me falou que estava com câncer no pulmão. Eu não sabia, e aí me pegou de um jeito que fiquei sem chão. O médico disse para eu entender o momento dela e explicou os motivos de ela não querer me contar. Eu respeitei, porque poderia ser o último momento que eu veria ela (com vida), e realmente foi. Depois do jogo contra o Volta Redonda, eu recebi a noticia que ela tinha nos deixado. Fui para a casa, não queria acreditar. Quando eu chego lá (no velório), por coincidência fui primeiro a chegar, só estava o caixão ainda fechado. Perguntaram se eu queria que abrisse o caixão. Eu não queria, porque não queria aceitar. Aí o caixão se abre, eu vejo ela e choro. Parecia que eu olhava para ela, que me dizia obrigado pelo filho que sou. Eu tentava ficar triste, mas tinha uma energia ali dentro me deixando feliz, porque sei que se não fosse ela eu não estaria aqui. É um sentimento vazio gigantesco, e dentro de campo, quando entro em campo, sinto energia dela. Sempre teve esse sentimento, mas agora vai ser ainda mais.
Homenagem da torcida
— Eu fiquei muito feliz. Eles já tinham me dado apoio com o arranjo de flores. Fiquei grato eles reconheceram ter jogado. Foi também pela minha mãe, que gostaria que eu estivesse em campo. Espero que a gente possa ficar juntos por mais muitos anos. A torcida do Coritiba é muito apaixonada. E eu sinto hoje isso na pele. Agradeço o carinho deles para comigo.
Mensagem aos torcedores
— Vocês sempre vão encontrar muita entrega e muita garra do nosso time. Estamos focados no objetivo maior do clube e espero que vocês segurem a ansiedade. Sei como é ser torcedor, e a gente quer cravar o objetivo maior, mas vamos jogo a jogo vamos conseguir esse tão sonhado acesso. Eu prometi cortar todo açúcar, por um ano, pelo acesso. Não é só o doce, mas o açúcar por completo.
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