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‘Vim defender minha pátria mãe’: como o vice-presidente de um banco russo largou tudo para tentar lutar pela Ucrânia

Igor Volobuev, de 50 anos, tem passaporte russo e, até recentemente, era vice-presidente do Gazprombank. Ele deixou a vida na Rússia para lutar na defesa do território ucraniano. Igor Volobuev, ex-vice-presidente do Gazprombank, em 28 de abril de 2022
Gleb Garanich/Reuters
Um ex-executivo do banco russo Gazprombank disse nesta quinta-feira (28) que deixou Moscou e foi para a Ucrânia na tentativa de se alistar para enfrentar a invasão do território ucraniano, e que acredita que o presidente Vladimir Putin está levando a Rússia ao fracasso.
Igor Volobuev, de 50 anos, tem passaporte russo e, até recentemente, era vice-presidente do Gazprombank.
Ele se mudou para a Kiev por causa de suas origens ucranianas e pela sua família.
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Esse tipo de saída é pouco comum: ele era um executivo em uma empresa importante para o establishment russo. O diretor-executivo do Gazprombank é Alexei Miller, um aliado próximo de Putin.
O caso é ilustrativo das ligações que as famílias ucranianas têm com a Rússia.
Volobuev nasceu em Okhtyrka, uma cidade em uma região que as forças russas invadiram no fim de fevereiro.
Igor Volobuev em Kiev, em 28 de abril de 2022
Gleb Garanich/Reuters
“Vim para cá para defender minha pátria mãe porque a guerra começou em locais como a minha cidade natal, Okhtyrka – foi uma das primeiras cidades afetadas por bombardeios”, disse ele.
O ex-executivo chegou à Ucrânia no dia 2 de março. Ele conta que, na fronteira, disse que gostaria de se integrar às forças de defesa territoriais.
“Disseram que não, mas que talvez pudessem encontrar uma forma. Espero que sim. Eles afirmaram que já há um número suficiente de pessoas do próprio povo que têm experiência militar.”
Volobuev não descreveu a forma como deixou a Rússia e chegou até Kiev.
Ele descreveu a guerra como um pecado, e foi categórico ao criticar Putin. “A Rússia não tem futuro, penso que o país vai se dividir, Putin já trouxe uma catástrofe. Não tenho medo”, disse ele.
Se ele estivesse procurando segurança, argumentou, não teria ido até Kiev, teria seguido vivendo na Rússia. “Entendi que estava indo para a guerra”, afirmou.
A Rússia descreve suas ações na Ucrânia como uma operação militar especial.
Volobuev afirma que se opôs à anexação da Crimeia, em 2014, mas que nos últimos anos havia priorizado o bem-estar da família. No entanto, quando a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro, repensou. “Nunca achei que a Rússia era minha pátria mãe, essa é a Ucrânia”, ele disse.
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