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‘Peguei a faca e joguei o mais longe que pude’, diz baiano que ajudou carioca a parar ataque contra crianças na Irlanda

‘Peguei a faca e joguei o mais longe que pude’, diz baiano que ajudou carioca a parar ataque contra crianças na Irlanda

 Caso ocorreu perto de uma escola, em Dublin, e deixou cinco feridos. Baiano ajudou carioca a parar ataque contra crianças na Irlanda
Arquivo Pessoal
“Peguei a faca e joguei o mais longe que pude”, disse o baiano Eder Santos em entrevista ao Bahia Meio Dia, telejornal da TV Bahia, nesta quarta-feira (29). Ele ajudou o carioca Caio Benício a parar um ataque que deixou 5 feridos — 3 deles crianças — perto de uma escola de Dublin, na Irlanda.
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O caso ocorreu na última quinta-feira (23), no momento em que o carioca Caio Benício estava na hora do almoço e percebeu um movimento diferente na calçada de uma escola. Ele derrubou o agressor usando capacete de moto.
O agressor foi preso e o governo irlandês ainda não identificou suas motivações, mas disse não tratar o caso como terrorismo. Antes do ataque na calçada, ele esfaqueou outras duas crianças e um homem dentro da escola. Não há detalhes sobre o estado de saúde dos feridos.
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Policial isola área onde crianças foram esfaqueadas no centro de Dublin, na Irlanda, em 23 de novembro de 2023.
Clodagh Kilcoyne/ Reuters
Eder Santos, é natural de Feira de Santana, segunda maior cidade da Bahia, e mora na Irlanda. Ele estava indo para casa, de bicicleta, quando escutou uma mulher gritar do outro lado da rua.
“Eu olhei e vi o homem golpeando o peito da cirança. Ele colocou a criança contra a grade e deu de três a quatro golpes de faca no peito da criança”.
“Eu desci da minha bicicleta, tinha outro rapaz que estava pedalando na minha frente, que era irlandês. Ele saiu correndo e eu [também] saí correndo para cima, para tentar parar o agressor”, complementou.
Depois disso, o baiano disse que lembrava apenas da faca caindo no chão e a única cois que pensou naquele momento foi tirar a arma branca do local para que o suspeito não fizesse mais vítimas.
Eu peguei a faca e saí correndo. Atravessei a rua, aonde estava minha bicicleta, e joguei a faca no mato, o mais longe que eu pude
Ao voltar para o local do ataque, Eder percebeu que “a situção estava controlada”: o agressor havia sido contido e estava sendo “protegido” por duas mulheres, para que não fosse linchado por populares. Além disso, o socorro e a polícia já haviam sido acionados.
Ao relembrar como estava uma das vítimas, o baiano não conteve as lágrimas.
“A criança estava com a mão sangrando, o rosto sujo de sangue e com o olhinho entreaberto”, detalhou emocionado.
Ainda conforme o baiano, uma pessoa que estava no local começou a fazer massagem cardíaca na criança e, em questão de minutos, chegou uma ambulância para socorrer as vítimas. Em seguida, a polícia chegou ao local.
Digitais do baiano na faca do agressor
Baiano de Feira de Santana ajudou a deter ataque na Irlanda
Na hora do ocorrido, Eder não havia se atentado que suas digitais ficaram registradas na faca do agressor. Mas, quando a adrelina diminuiu, ele entrou em choque e ficou sem saber o que fazer.
“Liguei para o colega que mora comigo, ele é irlandês, e falei: ‘aconteceu uma tragédia, vi um maluco atacando uma criança. Eu peguei na faca, eu me compliquei, e agora, o que faço? Vou para casa ou tenho que falar com a polícia?'”, questionou.
O colega de Eder tentou acalmá-lo por telefone e orientou que ele procurasse a polícia e relatasse o ocorrido, já que tinha sido testemunha do ataque.
“Voltei para onde estava a faca, mas já tinha um policial protegendo a faca e, do lado dele, tinha um francês de 17 anos, o Alan, ele entrou em luta corporal com o agressor. Ele se machucou, estava com um corte no rosto e a mão também estava machucada”, comentou.
“Eu falei para o policial que eu tinha pego a faca, eles [policiais] me levaram rapidamente para a delegacia e me trataram muito bem. Pediriam para que eu ficasse tranquilo. Prestei meu depoimento e, depois, eles me trouxeram para casa. Além disso, estão me dando todo o suporte psicológico, mas está sendo muito difícil para mim”.
Eder Santos foi recebido pelo primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar
Arquivo Pessoal
Eder Santos e Caio Benício foram recebidos pelo primeiro-ministro irlandês Leo Varadkar. Segundo o carioca, Varadkar o agradeceu pessoalmente e fez questão de pedir desculpas por manifestações xenofóbicas no país. O ataque contra a escola gerou uma série de protestos em Dublin.
As autoridades disseram que 34 pessoas foram presas durante uma série de manifestações anti-imigração. O homem que atacou a escola e foi derrubado por Caio seria estrangeiro.
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