Começa o julgamento de um dos ‘Beatles’ do Estado Islâmico nos EUA
El Shafee Elsheikh é apontado como responsável pela decapitação de reféns no Iraque e na Síria. Por ter assassinado americanos, o terrorista britânico será julgado nos Estados Unidos. El Shafee Elsheikh é apontado como chefe do grupo do Estado Islâmico conhecido como “Beatles”
Divulgação/Forças Democráticas da Síria
O primeiro processo nos Estados Unidos de um grande integrante do Estado Islâmico começa formalmente nesta quarta-feira (30) perto de Washington. El Shafee Elsheikh é apontado como responsável pela decapitação de reféns americanos no Iraque e na Síria.
Segundo o governo da Síria, Elsheikh possui cidadania do Reino Unido. Ele integrava um grupo de quatro sequestradores apelidados de “Beatles” por seus próprios prisioneiros devido ao sotaque britânico.
Eles ganharam atenção internacional ao exibir as decapitações em seus vídeos de propaganda.
Ilustração mostra o julgamento de Elsheikh nos Estados Unidos
Bill Hennessy via Reuters
Entre suas vítimas estão quatro cidadãos americanos: os jornalistas James Foley e Steven Sotloff, assim como os trabalhadores humanitários Kayla Mueller e Peter Kessing, o que justifica a intervenção da justiça americana, segundo informações da Reuters.
Porém, os “Beatles” são acusados também pela detenção de, ao menos, 27 reféns de 15 países, incluindo Reino Unido, Espanha, Japão, França, Dinamarca, Nova Zelândia, Peru entre outros.
Um dos membros, o britânico Mohammed Emwazi, morreu em um ataque por drone em 2015. Outro deles, Aine Lesley Davis, foi condenado na Turquia por terrorismo e está preso.
Elsheikh junto com Alexanda Kotey, o quarto integrante do grupo, foram presos no Iraque pelo exército americano e posteriormente levados para os Estados Unidos. Kotey será julgado no mês.
Alexanda Kotey e El Shafee Elsheikh são julgados nos EUA pelo assassinato de americanos no Iraque e na Síria
Divulgação/Forças Democráticas da Síria
Crimes brutais
De acordo com as vítimas de sequestro, El Shafee Elsheikh, apelidado de “George”, era o mais brutal do grupo.
Segundo a acusação, os “Beatles” torturavam os seus reféns, com simulações de afogamento e de crucificação, assim como sessões de choques elétricos.
Segundo o repórter espanhol Javier Espinosa, que passou seis meses nas mãos do Estado Islâmico, Elsheikh era o líder: “ele que decidia quem deveria viver ou morrer”.
Alguns ex-reféns devem ser convocados pela promotoria para relatar os abusos sofridos durante os sequestros.
Uma mulher que permaneceu detida por vários meses com Kayla Mueller pode estar entre as testemunhas. Ao contrário de seus compatriotas masculinos, que foram todos executados, a jovem americana teria sido entregue ao líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al Bagdadi, que a teria estuprado em várias ocasiões antes de assassiná-la em 2015, segundo informações da AFP.
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