Mercado financeiro volta a elevar previsão e agora estima inflação de 6,86% em 2022
Informação foi divulgada nesta segunda (28) pelo Banco Central. É a 11ª alta seguida na estimativa; meta de inflação definida pelo CMN para este ano é de 3,5%. O Banco Central informou nesta segunda-feira (28) que os analistas do mercado financeiro aumentaram de 6,59% para 6,86% a estimativa para a inflação neste ano.
As previsões foram colhidas na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras. Foi a décima primeira alta seguida.
Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é de 3,5% e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 2% e 5%. No entanto, desde o ano passado os analistas do mercado já preveem a inflação em 2022 acima do teto da meta.
Na semana passada, o BC admitiu que a meta de inflação deve ser superada novamente neste ano. A probabilidade de “estouro” da meta é de 88% a 97%, calculou o banco.
As previsões de inflação começaram a subir com mais intensidade após o aumento nos combustíveis anunciado pela Petrobras em março, em meio à disparada do preço do petróleo — reflexo da guerra na Ucrânia.
Alta dos combustíveis segue pressionando a inflação e o custo do transporte
Se confirmada a previsão do mercado para a inflação em 2022, será o segundo ano seguido de estouro da meta de inflação. Em 2021, o IPCA somou 10,06%, o maior desde 2015.
Para alcançar a meta de inflação definida pelo CMN, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, a Selic.
Para 2023, o mercado financeiro subiu de 3,75% para 3,80% a estimativa de inflação. Para o próximo ano, a meta foi fixada em 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Produto Interno Bruto
Conforme os dados do Banco Central, o mercado financeiro manteve a previsão de crescimento do PIB deste ano estável em 0,50%.
O aumento aconteceu após a divulgação do crescimento do PIB do ano passado de 4,6% pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
Para 2023, o mercado continuou estimando uma alta de 1,30% para o PIB.
Taxa de juros
Para a taxa básica de juros da economia, o mercado financeiro manteve a estimativa estável em 13% ao ano para o final de 2022.
Atualmente, a taxa Selic está em 11,75% ao ano.
Já para o fim de 2023, a expectativa do mercado para a taxa Selic continuou 9% ao ano. Deste modo, o mercado financeiro segue estimando queda dos juros no ano que vem.
Outras estimativas
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2022 recuou de R$ 5,30 para R$ 5,25. Para o fim de 2023, caiu de R$ 5,22 para R$ 5,20 por dólar.
Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2022 subiu de US$ 64,50 bilhões para US$ 65 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado continuou em US$ 51 bilhões de superávit.
Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano permaneceu estável em US$ 59 bilhões. Para 2023, a estimativa recuou de US$ 69,5 bilhões para US$ 69 bilhões de ingresso.
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