Petróleo cai quase 7%; bolsas no exterior têm desempenhos mistos
Barril de Brent recua a US$ 115 com confinamentos em Xangai alimentando preocupações de desaceleração da economia chinesa. Petróleo Brent é a principal referência para o mercado global
Reuters
Os preços do petróleo têm queda nesta segunda-feira (28), com os confinamentos impostos em Xangai para tentar reduzir a curva de contágio da Covid-19 alimentando preocupações de fraca demanda e de desaceleração econômica na China.
Perto das 15h30 (horário de Brasília), o barril do tipo Brent – principal referência internacional – caía 6,57%, cotado a US$ 112,72, enquanto que o petróleo WTI tinha queda de 6,75%, a US$ 106,21 o barril.
Na sexta-feira, o petróleo Brent fechou em alta de 1,36%, a US$ 120,65 o barril, enquanto que o WTI subiu 1,39%, cotado a US$ 113,90 o barril.
No início do mês, o barril do Brent bateu US$ 139, a maior cotação desde 2008. Apesar do recuo nas últimas semanas, ainda acumula um salto de cerca de 50% no ano.
O centro financeiro chinês de Xangai informou neste domingo que fará um lockdown na cidade em duas etapas, após ter reportado um novo recorde diário de infecções assintomáticas.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os seus aliados (OPEP+), que se reúnem na quinta-feira, “darão particular atenção à situação da covid na China”, diz Victoria Scholar, analista da Interactive Investor.
Os membros da OPEP+ recusam-se, por enquanto, aumentar significativamente a sua produção para aliviar o mercado, mantendo o aumento gradual de 400.000 barris por dia por mês.
“Novos confinamentos poderão ser usados para justificar a estratégia do cartel de aumentar lenta e constantemente a oferta ao mercado, apesar dos pedidos de aceleração”, acrescenta a analisrta.
Bolsas externas
Nos Estados Unidos, o dia é negativo nas bolsas de valores: o Dow Jones recuava 0,61% no começo da tarde, enquanto o S&P 500 caía 0,34%.
Na Europa, a maioria das bolsas tiveram alta nesta segunda-feira, lideradas por bancos e seguradoras, que são sensíveis aos juros, conforme os rendimentos de títulos governamentais continuavam a subir.
O índice Stoxx Europe 600 fechou em alta de 0,14%, a 454,17 pontos. O DAX, índice de referência da bolsa de Frankfurt, fechou em alta de 0,78%, o CAC 40, de Paris, subiu 0,54%. Já o FTSE 100, de Londres, fechou em queda de 0,14%, a 7.473,14 pontos, na contramão de seus pares.
Ao mesmo tempo, as esperanças de um acordo de paz na crise da Ucrânia ajudava a manter o viés de alta, uma vez que mais negociações de paz com a Rússia estão marcadas para esta semana na Turquia.
O presidente ucraniano, Voldymyr Zelensky, disse no domingo que seu governo está estudando “em profundidade” a questão da “neutralidade” da Ucrânia, um ponto central nas negociações com a Rússia para encerrar o conflito.
Na China, o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou em queda de 0,63%, enquanto o índice de Xangai teve ganho de 0,07%.
No Japão, o índice Nikkei recuou 0,73%. Em Hong Kong, as avançaram pela primeira vez em três sessões com suporte das empresas de tecnologia. O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 1,31%.
Ações russas
O índice referencial do mercado de ações da Rússia, Moex, fechou em queda de 2,15% nesta segunda-feira, em uma sessão novamente encurtada e sem a presença de investidores estrangeiros nos negócios.
O mercado russo está gradualmente reabrindo e voltando ao normal após a suspensão provocada pelas sanções ocidentais devido à invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.
As ações e títulos russos retomaram integralmente as negociações nesta segunda-feira, embora por tempo reduzido e com várias restrições, incluindo proibição a cobertura de vendidos. Não-residentes estão proibidos de vender ações e títulos em rublos até 1 de abril.
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