Acionistas se mobilizam e governo perde um assento no Conselho da Petrobras
A assembleia de acionistas da Petrobras elegeu nesta quarta-feira (13) quatro conselheiros independentes para compor o conselho da estatal. Com isso, o número de indicados pelo governo que participam do colegiado caiu de sete para seis.
O conselho da Petrobras possui 11 integrantes (oito foram eleitos por voto múltiplo e dois por voto em separado). Os conselheiros são eleitos para um mandato de dois anos, ou seja, de 2022 a 2024.
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O governo federal, na condição de acionista controlador, indicou oito nomes para o colegiado, no entanto, apenas seis foram aprovados. Apesar de ainda manter a maioria dos 11 assentos, o governo sofreu um revés. Há ainda um conselheiro indicado pelos funcionários.
“Em primeiro lugar, isso é um resultado significativo. Essa história de ‘um a mais ou um a menos não faz tanta diferença’ não é verdade. Um a mais faz muita diferença no Conselho e, particularmente, sendo conselheiros competentes que sabem argumentar a favor da empresa, a favor da independência, da autonomia da empresa, essa é a forma de defender um interesse público”, disse o Cláudio Frischtak, economista sócio da consultoria Inter.B.
“Do ponto de vista da sociedade, é um bom resultado”, afirmou Frischtak.
O governo é o controlador da Petrobras e detém hoje 37% do total de ações da companhia. A mudança na composição se deu porque acionistas privados se mobilizaram para eleger mais um representante independente para dificultar as mudanças que o atual governo possa tentar nas regras de governança da empresa.
Isso ocorreu após investidas do presidente Jair Bolsonaro sobre a empresa, cobrando publicamente que a Petrobras não reajustasse o preço dos combustíveis.
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