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António Guterres, o chefe da ONU, irá a Kiev na semana que vem depois de visitar Moscou

A ONU acusou o Exército russo, nesta sexta-feira (22), de ações que ‘poderiam constituir crimes de guerra”‘ na Ucrânia após a invasão de 24 de fevereiro, incluindo bombardeios indiscriminados que provocaram as mortes de civis e a destruição de escolas e hospitais. Secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, durante discurso para o Conselho de Segurança da ONU
Andrew Kelly/Reuters
O secretário-geral da ONU, António Guterres, viajará à Ucrânia na próxima semana para se encontrar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, depois de se encontrar com Vladimir Putin em Moscou, anunciou o órgão em comunicado nesta sexta-feira (22).
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Guterres “se encontrará com o chanceler Dmitro Kuleba e será recebido por Volodymyr Zelensky em 28 de abril”, disse a ONU. A reunião com o presidente russo está marcada para terça-feira em Moscou.
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ONU: Há evidências crescentes de crimes de guerra na Ucrânia
A ONU acusou o Exército russo, nesta sexta-feira (22), de ações que “poderiam constituir crimes de guerra” na Ucrânia após a invasão de 24 de fevereiro, incluindo bombardeios indiscriminados que provocaram as mortes de civis e a destruição de escolas e hospitais.
“As Forças Armadas russas bombardearam de maneira indiscriminada zonas residenciais, mataram civis e destruíram hospitais, escolas e outras infraestruturas civis, em ações que poderiam constituir crimes de guerra”, declarou Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que tem sede em Genebra.
De acordo com ela, um tribunal precisa determinar se isso acontece de fato, mas há cada vez mais evidências de que foram cometidos crimes de guerra.
Em um outro comunicado, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou que, “durante as últimas oito semanas, o direito humanitário internacional não apenas foi ignorado, mas foi jogado ao mar”.
“O que observamos em Kramatorsk (leste da Ucrânia) em 8 de abril, quando a estação de trem foi atacada com munições de fragmentação e 60 civis morreram e outros 111 ficaram feridos, é emblemático da incapacidade de respeitar o princípio da distinção (entre civis e militares), a proibição de perpetrar ataques indiscriminados e o princípio da precaução, que é parte do direito humanitário internacional”, destacou Bachelet, em uma acusação indireta à Rússia.
Shamdasani não descartou que o lado ucraniano também tenha violado o direito humanitário, mas a “maioria das violações é, de longe, atribuída às forças russas”.
A porta-voz disse que 92,3% das vítimas que as equipes do Alto Comissariado conseguiram documentar “são atribuídas às forças russas, assim como as acusações de assassinato e de execuções sumárias”.
Missão em Bucha
“Durante uma missão em Bucha, em 9 de abril, os investigadores de direitos humanos da ONU documentaram os assassinatos, alguns deles execuções sumárias, de 50 civis na cidade de Bucha”, perto de Kiev.
A descoberta de dezenas de corpos nas ruas desta cidade, após a retirada das tropas russas no início de abril, provocou uma onda de indignação internacional. A Rússia alegou que as imagens são uma montagem.
Em seu comunicado, Bachelet afirmou que o que aconteceu em Bucha “não é um incidente isolado”.
A missão de monitoramento de direitos humanos na Ucrânia “coletou mais de 300 acusações de assassinato de civis” nas regiões sob controle russo entre o final de fevereiro e o início de março, segundo a ONU.
A missão da ONU também está investigando acusações de violência sexual por parte dos soldados russos contra mulheres, homens e crianças e também registrou 155 casos de detenção de civis (principalmente autoridades locais, jornalistas, ativistas e defensores dos direitos humanos), também por tropas de Moscou.
Algumas destas pessoas foram torturadas, e pelo menos cinco, encontradas mortas.
Acusações às forças ucranianas
Do lado das forças ucranianas, a equipe de Bachelet também coletou informações sobre pessoas detidas arbitrariamente e impedidas de entrar em contato com seus parentes, o que gera perguntas sobre “desaparecimentos forçados, respeito do direito e risco de tortura e maus-tratos”.
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