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Campos Neto vê inflação ‘muito alta’ e ‘surpresa’ no valor de março, o maior para o mês em 28 anos

Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de evento público na internet nesta segunda-feira. ‘A gente vai olhar, analisar, ver os fatores que estão gerando os fatores inflacionários e comunicar isso no momento apropriado’, afirmou. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (11) que o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), a inflação oficial, em março foi uma “surpresa” para a instituição.
No mês passado, a inflação acelerou para 1,62%, após alta de 1,01% em fevereiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Puxada pela disparada dos preços dos combustíveis, foi a maior taxa para meses de março desde 1994, ou seja, em 28 anos, antes da implantação do Plano Real. Trata-se, também, da maior inflação mensal desde janeiro 2003 (2,25%).
“O índice mais recentes foi uma surpresa. A gente estava vendo uma velocidade da passagem do combustível [para a inflação] mais rápido, parte foi isso. Mas teve outros elementos, como vestuário, alimentação fora do domicílio, que foi surpresa grande. A gente está observando essa surpresa. Nossa inflação está muito alta, os núcleos estão muito altos”, declarou.
Elevação da taxa de juros
O Banco Central é o responsável pelo controle da inflação no Brasil, sendo que o principal instrumento da instituição é a taxa básica de juros, da economia, a Selic.
Para calibrar os juros, o sistema adotado é o de metas de inflação. Quando a inflação está alta, o BC eleva a Selic. Quando as estimativas para a inflação estão em linha com as metas, o Banco Central reduz a Selic.
Em 2022, a meta central de inflação é de 3,5% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%. O mercado financeiro, porém, já prevê a inflação acima dos 6% em todo este ano devido ao impacto, principalmente, da alta dos combustíveis.
Para o próximo ano, o mercado financeiro estimou, há algumas semanas atrás, uma inflação de 3,80%. Para 2023, a meta de inflação foi fixada 3,25%, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
As decisões sobre a taxa de juros demoram de seis a 18 meses para terem impacto pleno na economia. Com a meta de inflação de 2022 praticamente estourada, o BC começa a calibrar a taxa de juros cada vez mais mirando o ano de 2023.
Atualmente, após nove aumentos seguidos, o juro está em 11,75% ao ano no país, o maior nível em quase cinco anos. No fim de março, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicou que seria implementada somente mais uma elevação na taxa de juros, para 12,75% ao ano, em maio.
Nesta segunda-feira, entretanto, ele afirmou que, após a surpresa inflacionária de março, o Banco Central ainda vai se debruçar sobre os últimos índices de inflação para melhor avaliá-los. Com isso, deixou a porta aberta para continuar subindo os juros após maio.
“A gente vai olhar, analisar, ver os fatores que estão gerando os fatores inflacionários e comunicar isso no momento apropriado”, declarou Campos Neto.g1 > EconomiaRead More

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